O porém de Boric sobre a cúpula do Brics de Lula
No X, o presidente do Chile afirmou que "devemos ser firmes na condenação da agressão unilateral da Rússia contra a Ucrânia"

Convidado pelo presidente Lula (PT) para participar da cúpula do Brics no Rio de Janeiro, o presidente do Chile, Gabriel Boric, fez um contraponto à declaração final divulgada no domingo, 6.
Ao reafirmar o "compromisso inabalável do Chile com o multilateralismo, o direito internacional e os direitos humanos" no X, Boric, que assim como Lula é de esquerda, afirmou que "devemos ser firmes na condenação da agressão unilateral da Rússia contra a Ucrânia".
"O Chile não legitima a agressão unilateral contra nenhum país, mesmo que nós e o país atacado tenhamos profundas diferenças de valores e sistema político. A coerência na política internacional sempre será desconfortável para aqueles que defendem interesses de curto prazo, mas, como Presidente da República, é meu dever e convicção defendê-la, independentemente da pressão, venha de onde vier", acrescentou.
No entanto, Boric escorregou ao chamar a reação israelense ao atentado terrorista do Hamas, em outubro de 2023, de "genocídio".
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A declaração final do Brics
Como mostrou O Antagonista, o Brics condenou os ataques ao território iraniano, sem mencionar diretamente os Estados Unidos, e, ao mesmo tempo, aliviou para a Rússia, que trava guerra para conquistar mais territórios ucranianos desde 2022.
“Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irã desde 13 de junho de 2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”, diz o documento.
A guerra na Ucrânia, por sua vez, foi praticamente ignorada na declaração final da cúpula, que se prestou a destacar ataques ucranianos à infraestrutura civil em território russo, como se as tropas de Vladimir Putin não estivessem atacando alvos civis na Ucrânia há anos.
“Condenamos nos termos mais fortes os ataques contra pontes e infraestrutura ferroviária deliberadamente mirando civis nas regiões russas de Briansk, Kursk e Voronej em 31 de maio, 1º e 5 de junho de 2025, resultando em múltiplas mortes de civis, incluindo crianças”, afirma o documento.
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