Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Investigações sobre cloroquina viram palco de promoção do remédio

12.05.21 09:31

Um dos objetivos da CPI da Covid é investigar se o governo do presidente Jair Bolsonaro promoveu medicamentos ineficazes contra o coronavírus. Mas, paradoxalmente, as sessões da comissão parlamentar de inquérito se transformaram em espaço de promoção desses tratamentos sem base científica.

Especialistas e cientistas que acompanham os depoimentos da CPI e as manifestações dos senadores bolsonaristas estão preocupados com a propaganda promovida por parlamentares da base do governo.

A “bancada da cloroquina” do Senado tem representantes de vários partidos. Um dos mais ativos é Eduardo Girão, do Podemos, que fez questionamentos sobre o tema a todos os depoentes que compareceram à CPI até agora. Girão perguntou ao ex-ministro da Saúde Nelson Teich, por exemplo se ele não “tinha remorsos” por não assinar o protocolo para a prescrição da cloroquina.

Luís Carlos Heinze, do Progressistas, também costuma pressionar as testemunhas convocadas à CPI para que se manifestem sobre o chamado “tratamento precoce”. O senador gaúcho afirmou que ele, seus familiares e assessores infectados pelo coronavírus tomaram ivermectina e levantou teorias conspiratórias sobre um suposto interesse da indústria farmacêutica em sabotar a indicação da cloroquina.

Marcos do Val, do Podemos, é outro senador que aproveita todas as intervenções na CPI para defender a prescrição de remédios ineficazes. Ele questionou o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, se o comando da agência teria prevaricado ao determinar a exigência de receita médica para a compra da cloroquina.

Em uma das sessões, Marcos do Val chegou a descrever com minúcias a dosagem dos remédios, entre eles a hidroxicloroquina e a ivermectina, que toma regularmente de forma preventiva – nenhuma entidade médica ou agência reguladora da Europa ou dos Estados Unidos orienta o uso preventivo dessas substâncias.

O senador teve que ser advertido pelo presidente da CPI, Omar Aziz, que orientou os espectadores da sessão a não seguirem a prescrição preconizada publicamente pelo colega. Telmário Mota, do Pros, também fez questão de narrar seu tratamento. “Curei meu Covid com azitromicina, cloroquina e dipirona”.

O presidente da Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes, diz que é preocupante a propaganda de remédios ineficazes promovida por parlamentares que integram a CPI. “Vejo com tristeza questões da ciência médica serem debatidas dessa forma, no mais alto parlamento. Definitivamente, não é o cenário apropriado para essa discussão, que deve ser feita pelas sociedades científicas nacionais e internacionais”, argumenta Fernandes.

“Ninguém é contra tratamento precoce, mas ele precisa ser eficaz e seguro. Os remédios citados não são eficazes contra a Covid, nem seguros. Senadores são pessoas com forte poder de argumentação, e isso confunde a população”, diz.

O médico tem sido atacado desde que tomou posse na AMB, no início deste ano, e fez com que a entidade se posicionasse abertamente contra a prescrição de remédios ineficazes. “Nós da AMB não servimos a ninguém. Não prestamos serviços partidários ou ideológicos. Eu não tenho vínculo com nenhum partido”, esclarece.

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    1. Esse mesmo PP foi um dos que mais comeu dinheiro público no petrolão, agora vemos esse mesmo partido fazendo guarda alta na defesa do Bolsonaro. Não precisa ser nenhum gênio para saber que tá correndo muitos milhares de reais por baixo dos panos para se sujeitar a defender o genocídio de brasileiros. Depois ainda vem o gado cloroquinado dizer que Bolsonaro é a nova política e contra a corrupção...rs...

  1. Eu gostaria de saber quantos entre os mais de 400 mil mortos não tomaram algum desses remédios preventivos. Na India o esterco da vaca besuntado no corpo, dos pés a cabeça, está ajudando.

    1. Infelizmente muitos tomaram sim ou você acha que bolsonarista não morre de covid? Esse vírus não escolhe cor, credo ou ideologia e o medicamento não serve para tratar e combater o mesmo.

  2. E enquanto se fala de cloroquina deixa-se de falar no tema principal que é a FALTA DE VACINA devida à desídia do governo federal

    1. A CPI tem prazo de 6 meses, ainda vai passar muita água por esse rio. Tenho certeza que os senadores não deixarão passar nem uma virgula dos erros do desgoverno.

  3. O Dr.Cesar Fernandes pode não ter vínculo com partido mas não quer dizer que não tem com indústria farmacêutica. O tratamento precoce com ivermectina tem resultados concretos que esses médicos insistem em não considerar. Vacinas são soluções que envolvem BILHÕES de Reais...(gordas comi$$ões!)....e também não tem eficácia concretamente estabelecida. Além disso hospitais e médicos tem faturado muito com tratamento da covid-19: acabar com ela é matar a galinha dos ovos de ouro

    1. Eu sou a favor que bolsonarista se entupa do kit covid e seja proibido de buscar socorro médico em hospitais...rs... Ivermectina deve ser muito boa para matar o vírus covid alojado nos vermes do intestino, mas com certeza não servem para tratamento da covid em seres humanos. Não sou veterinário então não posso afirmar se a ivermectina serve para o gado bolsonarista.

    2. Se ele tiver vínculo ou interesse pessoal com a indústria farmacêutica, o Dr. Cesar Fernandes não deveria aderir ao tratamento precoce com estes medicamentos? Teu raciocínio está confuso.

    3. Em qual faculdade de Farmácia o sr. se graduou? Quanta bobagem...

  4. Cloroquina é um assunto médico / paciente. nada mais que isto, não fosse o desejo de nossa ex-grande imprensa em melar o trabalho do único presidente honesto que o Brasil já teve. Agradecemos, vcs estão nos auxiliando para 2.022.

    1. Ruy, seus argumentos se opõem aos fatos. É fato consagrado que o governo tentou enfiar goela abaixo do brasileiro a cloroquina como remédio milagroso para covid. Se ficasse só na questão de relação médico paciente não haveria tanto estardalhaço da mídia.

    2. Kkkkkkkkkkkkkkkk. Presidente honesto, kkkkkkkkkkkkkk! Honesto? kkkkkkkkkk. Internem o Ruy! internem o Ruy!

    1. Mentalidade copiada dos nazistas, ídolos e guias do Bozismo.

    2. Não se esperava outra coisa dos muares bozistas, não é verdade PB? Eles querem mesmo atingir a meta de 500 mil mortos, mas parece que a vacina está atrapalhado os delinquentes.

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