O oportunismo da ONU ao tentar surfar na queda de Assad
Antonio Guterres celebrou queda de "regime ditatorial" na Síria. Foi a primeira vez que ele usou essa expressão
A derrubada do ditador sírio Bashar Assad pelo grupo terroristia HTS levou o secretário-geral da ONU Antonio Guterres (foto) a tentar tirar proveito da situação.
No domingo, 8, Guterres escreveu nas redes sociais: "Após 14 anos de guerra brutal e da queda do regime ditatorial, hoje o povo da Síria pode aproveitar uma oportunidade histórica para construir um futuro estável e pacífico. O futuro da Síria é uma questão a ser determinada pelos sírios".
"A ONU honrará a memória daqueles que suportaram o peso deste conflito. Continuamos comprometidos em ajudar os sírios a construir um país onde reconciliação, justiça, liberdade e prosperidade sejam realidades compartilhadas por todos", segue Guterres.
A mensagem de Guterres foi criticada por Hillel Neuer, diretor da ONG UN Watch.
"Pela primeira vez, o chefe da ONU chama (a Síria) de 'regime ditatorial'. Nunca antes ele usou as palavras 'ditador' ou mesmo 'regime' para Síria, Rússia, Irã, China, Cuba, etc. Por que ele esperou até que Assad fugisse? Por que ele ficou em silêncio quando a Síria presidiu o Comitê de Desarmamento da ONU?", escreveu Neuer.
"Dia de ódio a Israel"
Em julho de 2018, Hillel tomou a palavra em uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em que represenantes de várias ditaduras atacavam o Estado de Israel e a ocupação das Colinas de Golã, em 1967.
A ONG UN Watch chamou esse momento de "Dia de ódio a Israel".
"A verdade é que não há protestos pacíficos em Gaza, ou em Ramallah, onde a polícia da Autoridade Palestina acabou de esmagar uma manifestação há três semanas, espancando jornalistas e estudantes. E acabamos de ouvir de muitos países sobre as Colinas de Golã e os sírios. Enquanto falamos, os sírios, milhares deles, estão fugindo em direção à fronteira com Israel, longe do regime sírio, que eles chamam, junto com o Irã e o Hezbollah, de verdadeiros terroristas", disse Neuer.
O representante da ONU então agradeceu Hillel e deu a palavra ao reprsentante da Síria.
O diplomata do ditador Bashar Assad, então, pediu que membros de ONGs não fossem levados a sério.
"Senhor Presidente, o último orador terminou sua declaração, no entanto, devemos dizer o seguinte: embora sintamos que é importante dar espaço para as ONGs contribuírem para o trabalho do Conselho, insistimos que essas organizações devem se ater ao item em discussão e falar em uma linguagem profissional que seja adequada no debate do Conselho. É por isso que pedimos ao presidente que peça aos oradores que cumpram essas regras e os interrompa se insistirem em violar as regras neste Conselho", afirmou o sírio.
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Comentários (1)
MARCOS
2024-12-09 20:55:03OS CANALHAS DESSA TAL DE "ONU" SÓ APLAUDEM DEPOIS QUE O JOGO ACABOU. PILANTRAS.