Foto: Ricardo Stuckert/PR

O esdrúxulo plebiscito que Gustavo Petro sugere para a Venezuela

18.04.24 10:44

Em nome da “paz política e democrática”, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, expôs a Lula (foto) nesta quarta-feira, 17, uma proposta de um plebiscito sobre a fraude eleitoral na Venezuela, marcada para 28 de julho. Ninguém entendeu direito do que se trata.

“A proposta que foi transmitida ao presidente (ditador Nicolás) Maduro e à oposição e está sendo discutida é uma possibilidade de plebiscito que garanta um pacto democrático, em que quem perca tenha a certeza e segurança sobre sua vida, seus direitos e garantias políticas que qualquer ser humano deve ter”, disse Petro em declaração à imprensa, sem esclarece o tema.

 

Nem Lula, nem o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disseram se o Brasil apoia a iniciativa.

Em declaração conjunta, Lula e Petro afirmaram:

“Sobre a Venezuela, sublinharam a importância de se manterem a interlocução e o diálogo constante entre o governo e os demais setores políticos no espírito do Acordo de Barbados. Exortaram o governo e os setores de oposição a considerar a possibilidade de chegar a um acordo de garantias democráticas que possa ser referendado nas urnas. Reiteraram seu repúdio a qualquer tipo de sanções que unicamente servem para aumentar o sofrimento do povo venezuelano.”

A pergunta então é sobre quem estava na cabeça de Petro quando ele teve essa ideia.

Se Petro estava pensando em ajudar Maduro, no caso de uma derrota eleitoral, então ele pode estar pensando em proteger o ditador, que está sendo investigado por crimes contra a humanidade. Se processado, Maduro será julgado pelo Tribunal Penal Internacional, em Haia. Caso condenado, poderia ser preso. Será que é isso que Petro quer evitar quando fala em um plebiscito para que “quem perca tenha a certeza e segurança sobre sua vida, seus direitos e garantias políticas“? 

A outra opção é que Petro estaria pensando na oposição. O colombiano, contudo, tem dado de ombros para a oposição legítima da Venezuela. A candidatada que venceu as primárias da oposição, María Corina Machado, e sua indicada, Corina Yoris, não conseguiram se inscrever. Só quem entrou na cédula pela oposição foi o diplomata Edmundo Urrutia. O que Petro então pode estar tentando dizer é que seria melhor que essa turma se contente com a farsa eleitoral de Maduro.

 

Oposição amiga

Em visita à Venezuela na semana passada, Gustavo Petro, aliado do ditador Nicolás Maduro, reuniu-se com Manuel Rosales, um dos candidatos liberados pelo regime chavista para participar da farsa eleitoral.

Além do governador de Zulia, Petro também conversou por telefone com Antonio Ecarri, conforme publicou o jornal El País. Ecarri também é visto como um político da terceira via, por não pertencer ao grupo político de María Corina Machado.

Parte da agenda de Petro em Caracas, a conversa com supostos adversários de Maduro busca dar legitimidade à oposição escolhida pelo ditador venezuelano para enfrentá-lo no pleito.

O presidente colombiano, no entanto, não entrou em contato com a equipe de María Corina Machado.

Como mostrou Crusoé, María Corina Machado recusou-se a apoiar o candidato Manuel Rosales, do partido Um Novo Tempo, UNT, após sua indicada não conseguir se candidatar.

Maduro escolheu seus candidatos, disse María Corina. Minha candidata segue sendo Corina Yoris.

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