O contrabando de cigarros e a taxação de Shein e Shopee
Levantamento do Ipec sobre o mercado de cigarros aponta que, em 2022, a ilegalidade respondeu por 41% dos que foram consumidos no Brasil — sendo que 33% foram contrabandeados, principalmente do Paraguai, e 8% produzidos no Brasil. A pesquisa, divulgada pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), também indica que R$ 8,3...
Levantamento do Ipec sobre o mercado de cigarros aponta que, em 2022, a ilegalidade respondeu por 41% dos que foram consumidos no Brasil — sendo que 33% foram contrabandeados, principalmente do Paraguai, e 8% produzidos no Brasil. A pesquisa, divulgada pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), também indica que R$ 8,3 bilhões deixaram de ser arrecadados no Brasil em decorrência da ilegalidade.
O valor é próximo do que o governo Lula pretende arrecadar com a taxação de compras online de até US$ 50 por pessoa física sob o pretexto de combater a sonegação de impostos. Como temos mostrado, a medida mira empresas como Shopee e Shein. Dessa forma, todas as encomendas vão ser tributadas igualmente: em 60% do valor da mercadoria.
Procurado por Crusoé, Edson Vismona, advogado, fundador e presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade, afirmou que a maneira mais eficiente de combater o contrabando de cigarros e outros itens é por meio de operações integradas envolvendo PF, PRF, Receita Federal e polícias estaduais, por exemplo.
"Dados do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade mostram que, no ano passado, o Brasil perdeu R$ 410 bilhões. É um dado expressivo de perdas que nós temos com o contrabando. Além do consumidor, que perde, porque são produtos de baixa qualidade, aqueles que investem e geram empregos no Brasil são prejudicados, porque veem seu mercado diminuído em função do crescimento do contrabando", diz Vismona.
Se um dos principais objetivos do Ministério da Fazenda com o fim da isenção para compras em sites eletrônicos é aumentar a arrecadação, há outros setores que mereceriam uma investigação cuidadosa. De quebra, ainda seria possível favorecer as empresas nacionais. "Nos dois casos, nossas companhias, que pagam todos os impostos, acabam sofrendo com uma brutal concorrência de companhias que não pagam impostos e por isso podem oferecer produtos mais baratos", diz o presidente do Fórum.
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Comentários (5)
Gilbeto De Moraes Leite
2023-04-19 11:10:21Pelo que entendi, depois de visitar esses sites, os produtos oferecidos na maioria são piratas. Em vez de taxar, deveriam ser proibidos. Mas como o negócio é arrecadar, melhor é fingir que não sabe.
BRENO
2023-04-18 23:52:44Os altos impostos são incentivos para a pirataria e pro contrabando.
Carlos Renato Cardoso Da Costa
2023-04-18 17:57:49Sinceramente, se tem indústria que me preocupa pouco em ajudar é a tabaqueira...
Manoel
2023-04-18 17:57:34Nossa fronteira é uma peneira, passa quem quer carregando o que quiser... Que o diga a famosa 25 de março...
KEDMA
2023-04-18 15:42:18Quais as medidas que o governo tem tomado no combate à pirataria e sonegação?