Flickr/Nagi Usano

O combate ao coronavírus e as ideologias pelo mundo

30.05.20 14:50

Para brasileiros, opinar sobre o uso da hidroxicloroquina ou sobre o distanciamento social tornou-se uma declaração política. Quem defende a droga ou a reabertura econômica é identificado com o presidente Jair Bolsonaro, enquanto aqueles com opiniões diferentes são vistos como oposição.

No resto do mundo, porém, a distinção política a partir das medidas adotadas na contenção da pandemia não é tão presente. Há, inclusive, bastante semelhança nas  ações implementadas por países com governantes de espectros ideológicos opostos.

“Se pegarmos um grupo heterogêneo de países da Ásia, incluindo Indonésia, Tailândia, Malásia, Singapura, Filipinas, Vietnã, Camboja, Laos, Brunei, Coreia do Sul, Japão (foto), Nova Zelândia e Austrália, veremos que eles representam 11,5% da população mundial, mas só registraram 1% das mortes por coronavírus”, diz o cientista político Anthony Pereira, diretor do Brazil Institute no King’s College, em Londres.

O Vietnã é comunista. A Austrália, liberal. A Coreia do Sul é social-democrata. O presidente das Filipinas é um populista de direita. Na Nova Zelândia, o governo é trabalhista, de esquerda. Apesar das diferentes linhas, esses governos adotaram ações semelhantes, como a popularização de testes e adotaram regras de distanciamento social.

“Para o presidente Bolsonaro e seus seguidores, quem fica em casa ou não acredita na hidroxicloroquina é comunista. Isso é contraproducente. Lidar com o coronavírus exige políticas baseadas em evidências, pronunciamentos públicos claros, uma preocupação com a vida humana e uma resposta coesa do Poder Executivo”, diz Pereira.

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