Serviço Geológico Brasileiro

O chão de Gramado também está sob perigo

07.12.23 16:14

O Serviço Geológico Brasileiro (SGB) sugeriu, nesta quinta-feira, 7, o monitoramento constante do solo da cidade de Gramado (RS), após as fortes chuvas que afetaram a cidade em novembro terem causado movimentação atípica do solo em mais de um bairro.

De acordo com os técnicos, as fortes chuvas na serra gaúcha desencadearam um fenômeno chamado “rastejo”, de difícil medição e que causa a movimentação lenta do solo após trincas e deformidades serem registradas. Ao contrário do deslizamento de terra, o “rastejo”  pode acontecer em terrenos planos, como foi o que ocorreu em dois eventos na cidade turística gaúcha.

O relatório pós-desastre de 23 páginas deve nortear a ação municipal sobre o tema. Nos achados dos geólogos, estão trincas incomuns registradas no asfalto, que não indicam ser fruto de deslizamentos de terra.

Para o SGB, além do monitoramento diário das trincas encontradas na terra em Gramado, há a necessidade de catalogar o estrago e credenciar profissionais para acompanhar a questão frequentemente. O retorno da população às áreas afetadas, argumentam os geólogos, só deve ocorrer na temporada de estiagem, quando o solo estiver mais estável.

E a cidade precisaria ser mapeada novamente — geologicamente falando — para evitar novas catástrofes como a do tipo. “Com o notável crescimento do município nos últimos anos, uma nova avaliação se torna essencial para detectar possíveis novas áreas de risco, similares às examinadas, e reavaliar aquelas já identificadas, especialmente em relação ao nível de perigo que representam”, conclui o documento do SGB.

Esta é uma das duas situações urbanas que o SGB, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, tem de lidar no momento. A outra é o afundamento de um bairro inteiro em Maceió, afetados pela extração de sal-gema pela Braskem desde os anos 1970. Apesar de ter registrado uma certa acomodação nos últimos dias, a situação ainda inspira riscos.

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