O acordo firmado entre governo e Congresso para o Orçamento
Às vésperas do fim do prazo, governo e Congresso fecharam um acordo para solucionar o imbróglio envolvendo a sanção do Orçamento de 2021. O acerto abre espaço para o cumprimento da promessa do Planalto de ampliar a liberação de emendas parlamentares. O acerto foi fechado na manhã desta segunda-feira, 19, após ao menos três semanas...
Às vésperas do fim do prazo, governo e Congresso fecharam um acordo para solucionar o imbróglio envolvendo a sanção do Orçamento de 2021. O acerto abre espaço para o cumprimento da promessa do Planalto de ampliar a liberação de emendas parlamentares.
O acerto foi fechado na manhã desta segunda-feira, 19, após ao menos três semanas de discussões. As tratativas preveem o reforço de 18 bilhões de reais para as emendas. Do total, o governo, eventualmente, poderá contingenciar até 1,5 bilhão de reais. Com isso, fica preservado, o acordo de 16,5 bilhões de reais firmado inicialmente pelo governo com os parlamentares e que motivou a celeuma.
Em reunião no Palácio do Planalto semana passada, o presidente da Câmara, Arthur Lira, chegou a alertar Bolsonaro que o governo perderia o controle de sua base se vetasse o projeto orçamentário e não conseguiria mais aprovar nenhuma matéria no Congresso, incluindo as reformas tributária e administrativa.
A liberação da verba passará por dois caminhos. Numa das frentes, haverá alterações no projeto de lei que permite a criação de despesas extraordinárias sem a exigência de compensação por meio de receitas. O escopo do texto foi ampliado ao longo das negociações.
Nas negociações, o relator, deputado Efraim Filho, inseriu no projeto um dispositivo que permite ao governo Jair Bolsonaro o bloqueio de verba de 9 bilhões de reais em despesas discricionárias -- fatia que inclui investimentos e gastos com custeio -- para fazer a compensação das despesas obrigatórias, como o pagamento de salários.
O parlamentar ainda acatou uma emenda do senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, que retira da meta fiscal os gastos com ações e serviços públicos de saúde, desde que identificadas em categoria de programação específica de enfrentamento à pandemia, e exclui as despesas com o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o Pronampe e com o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Os dois programas listados custam 15 bilhões de reais aos cofres públicos.
Em outra ponta, Bolsonaro deverá realizar vetos parciais no Orçamento. "[Os vetos] Serão definidos pelo governo, preservando o que falta da projeção inicial de 16,5 bilhões de reais", pontuou Efraim, em conversa com Crusoé.
Os ajustes eram necessários para permitir que o Bolsonaro cumprisse o pagamento das emendas parlamentares sem incorrer em crime de responsabilidade fiscal, o que poderia colocá-lo na mira de um processo de impeachment. Isso porque, como as despesas obrigatórias do Orçamento estão subestimadas -- o projeto chegou a ser chamado de "peça de ficção" -- a recomposição precisa ser implementada.
Bolsonaro tem até quinta-feira, 22, para sancionar o Orçamento. A votação do projeto de lei que integra o acordo com o Congresso começou na tarde desta segunda-feira. "Conciliando as duas ações, se consegue chegar em uma convergência entre o que queriam Congresso e governo", avaliou o deputado.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (7)
JOSÉ
2021-04-20 17:51:39No final de tanta discussão eu não entendi! Quer dizer que as despesas brigatórias continuam substimadas? Então isso continua sendo uma peça de ficção! Que palahçada!
SUZETE
2021-04-19 21:37:43Está aí. Nunca tivemos tantos ladrões e corruptos juntos. Esse orçamento é o dinheiro que nos brasileiros pagamos com muito suor. Que esse congresso tenha vergonha na cara. E tanto o presidente quanto Paulo Guedes também. Virou palhaçada. Espetáculo circense. Chega.
André
2021-04-19 21:35:50AGORA VÃO SE ENCHER DE GRANA. B A N D I D O S, E TEM IDIOTA QUE VOTA.
Joelson
2021-04-19 18:48:55Estamos a viver em abrigo "sem teto" ??? A ambiciosa iniciativa do Temer / Meireles de estabelecer um teto de gastos públicos virou fumaça ...
Peter
2021-04-19 18:31:24A crise exige malabarismos
Marina
2021-04-19 17:34:58Sempre pensando em incrementar seus palanques eleitorais ! Isso que é democracia? Quem já está colocado tem a faca e o queijo na mão para lá permanecer e assim, nosotros estamos todos f......
Ricardo
2021-04-19 17:23:06Não estou conseguindo renovar, o site está dando erro