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Nos EUA, não se fazem mais “super terça” como antigamente

03.03.24 14:12

Os Estados Unidos se preparam para organizar, nesta terça-feira, 5, o principal momento de participação popular do seu eleitorado antes das eleições presidenciais: a chamada Super Tuesday (ou“Super Terça”), onde um grande número de estados realiza as primárias dos dois partidos, Republicano e Democrata, simultaneamente. Há quarenta anos, os vencedores desta data se cacifam para a disputa final

Em 2024, no entanto, a Super Terça será uma das mais desinteressantes desde que o termo foi adotado, há 40 anos. Isso porque ambos os partidos já tem virtualmente definidos quem são seus candidatos, tornando o dia apenas um referendo sobre os mesmos nomes de 2020.

Votarão nesta terça-feira, para ambos os partidos, os eleitores de Virginia, Vermont, Utah, Texas, Tennessee, Oklahoma, Carolina do Norte, Minnesota, Massachusetts, Maine, Colorado, Califórnia, Arkansas e Alabama. A Samoa Americana, ilha no Pacífico sul ligada a Washington, e o estado de Iowa terão ambas um caucus para o partido Democrata. A semana ainda tem um caucus democrata no Havaí na quarta-feira, 6, e o caucus do partido Republicano na Samoa Americana, na sexta-feira, 8.

Donald Trump, o candidato republicano, vem empilhando vitórias em todas as primárias que disputou até o momento, sem fazer muito esforço — Nikki Haley, a última concorrente dentro do partido, ainda se mantém na disputa, mas sem chance real de vitória em nenhum estado ainda em aberto. .

Apesar de estar tendo menos votos que o esperado, é de se acreditar que os resultados desta terça deem a ele a maioria dos delegados necessários para garantir a candidatura republicana, que deve ser definida apenas em julho.

Do lado democrata, a disputa segue igualmente tranquila para Joe Biden, que uniu todo establishment do partido em torno de um segundo mandato seu à frente da Casa Branca. O ex-vice de Barack Obama tem ainda dois concorrentes sem expressão no partido: a líder espiritual Marianne Williamson, que voltou com sua campanha essa semana depois de tê-la suspendido; e Dean Phillips, deputado pelo estado de Minnesota.

Não há uma disputa dentro da cédula democrata — e sim um referendo ao nome de Biden. Há sinais claros de preocupação para o atual presidente: em Michigan, que realizou primárias na semana passada, o eleitorado jovem, mais à esquerda no partido, se aliou ao voto de descendência árabe para votar “nenhum dos candidatos”. 

Os 13% desta opção não abalaram os 81% de Biden, mas mostram que, nesse estado-chave da eleição, as visões do presidente sobre a guerra em Israel podem custar caro para seu plano de reeleição.

Leia, na Crusoé #298: Ele voltou

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