Morre jornalista que estava em jatinho envolvido em acidente da Gol
Joe Sharkey (foto), jornalista especializado em viagens corporativas e um dos sobreviventes do desastre aéreo como voo 1907 da Gol, morreu em sua cara na cidade de Tucson, no Aizona. Ele tinha 77 anos e sofreu um derrame no início do mês, informou sua família ao New York Times, onde ele foi colunista por 15...
Joe Sharkey (foto), jornalista especializado em viagens corporativas e um dos sobreviventes do desastre aéreo como voo 1907 da Gol, morreu em sua cara na cidade de Tucson, no Aizona. Ele tinha 77 anos e sofreu um derrame no início do mês, informou sua família ao New York Times, onde ele foi colunista por 15 anos.
O jornalista estava no jatinho Legacy 600 que, saído direto da fábrica da Embraer em São José dos Campos (SP), se encontrou com o Boeing 737-800 da Gol Linhas Aéreas, a 11.200 metros acima da floresta amazônica de Mato Grosso, na tarde de 29 de setembro de 2006.
O contato entre ambos quebrou a ponta da asa do avião particular, permitindo que Sharkey e executivos da compradora da aeronave chegassem à base aérea de Cachimbo (MT) em segurança. O avião da Gol, vindo de Manaus, perdeu o controle e caiu em espiral, sem chance de sobrevivência aos 148 passageiros e seis tripulantes que morreram na hora.
"Sem aviso, senti um terrível solavanco e ouvi uma batida barulhenta, seguida por um estranho silêncio, interrompido apenas pelo zumbido dos motores", escreveu o jornalista poucos dias depois, em sua própria coluna no New York Times que usou para recontar sua versão dos fatos. "E então as três palavras que eu nunca esquecerei: 'nós fomos atingidos'."
Após o pouso forçado na base militar encravada na floresta, Sharkey e os pilotos e passageiros (cinco americanos e dois brasileiros) foram presos preventivamente, podendo sair do país apenas dois meses depois. O jornalista — e todos os sobreviventes no jato — foram alvos de uma CPI do Congresso, que ele depois criticou acusando de torná-los "bodes expiatórios" do governo brasileiro.
A queda do voo 1907, a mais letal tragédia aérea até então no Brasil (e uma das últimas envolvendo a aviação comercial) foi causada por, entre outros fatores, um erro no comando de controle aéreo brasileiro que permitiu às duas aeronaves estarem na mesma altura ao mesmo tempo. No momento do impacto, também pesou a dificuldade de comunicação do jatinho com o controle aéreo. O acidente também gerou o "caos aéreo", com atrasos e filas nos aeroportos brasileiros.
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