Hotéis na Argentina e no Uruguai não querem Roger Waters

Roger Waters (foto), o baixista que foi o líder da banda Pink Floyd nos anos 1970, está em turnê pela América do Sul. Depois de shows em estádios brasileiros  —e um encontro com Lula— como parte de sua turnê de despedida, o cantor agora vai para a Argentina e Uruguai. Lá, no entanto, suas opiniões políticas sobre a Palestina e Israel começam a causar problemas logísticos a seus shows.

Isso porque hotéis de luxo estariam se recusando a recebê-lo na capital uruguaia, acusou o cantor em entrevista ao jornal argentino Pagina12. “Me fecharam a cidade de Montevidéu, e não tenho nenhum lugar para me hospedar”, disse o cantor, que toca na cidade nesta sexta-feira, 17. Com isso, ele teve de cancelar um encontro que teria com o ex-presidente do país, Pepe Mujica, nesta quinta-feira.

Waters, que é um fervoroso defensor da causa palestina, disse que isso ocorre “porque o lobby israelense ou o que quer que eles se chamem me cancelaram”. O cantor continua em São Paulo e ficará hospedado na cidade, indo à Montevidéu e Buenos Aires apenas para o show.

A reportagem indica um e-mail que teria sido encaminhado para a rede hotéis Sofitel, onde Waters tinha reserva, em nome de Roby Schindler, do Comitê Israelita do Uruguai. “Talvez você não saiba, e não o culpo por isso, que Roger Waters é um misógino, xenófobo e antissemita, que aproveita sua fama como artista ara mentir e vomitar seu ódio contra Israel e todos os judeus […] ao recebê-lo, [o hotel] será, mesmo que não queira, propagador do ódio que este senhor destila.”

Autor de clássicos do rock como Dark Side of The Moon  (1973) e The Wall (1979), Waters ainda sabe criar polêmicas como ninguém. Ao jornal, ele diz que o Brasil teve apresentações incríveis, mas não mencionou que foi ameaçado de prisão caso exibisse uma simbologia de um personagem seu que relembrava uma suástica. Filho de um combatente inglês morto pelos nazistas na 2ª Guerra Mundial, Waters usa do personagem como uma alegoria a um personagem paranoico que se isola da realidade.

Ao mesmo tempo, suas visão sobre Israel acusa Tel Aviv de “assassinar os oprimidos por 75 anos”. Ao jornal argentino  ele dobrou a aposta: “Uma só pessoa pode dizer no mundo se Roger Waters é um antissemita ou não. E essa pessoa é Roger Waters.”