Moro quer acesso a inquérito sigiloso que teria vazado para Queiroz
O advogado Rodrigo Sanchez Rios, que representa o ex-ministro Sérgio Moro, pediu acesso a um inquérito que tramita na Polícia Federal do Rio de Janeiro e que teria vazado para a defesa de Fabrício Queiroz, homem de confiança do clã Bolsonaro. O pedido foi feito no âmbito do inquérito que investiga suposta interferência do presidente...
O advogado Rodrigo Sanchez Rios, que representa o ex-ministro Sérgio Moro, pediu acesso a um inquérito que tramita na Polícia Federal do Rio de Janeiro e que teria vazado para a defesa de Fabrício Queiroz, homem de confiança do clã Bolsonaro. O pedido foi feito no âmbito do inquérito que investiga suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
Embora mire um advogado que seria ligado ao deputado estadual Márcio Pacheco, do PSC do Rio de Janeiro, o inquérito também teve citações a Flávio Bolsonaro e a Queiroz. Isso porque um relatório do Conselho de Controle de Atividade Financeira, o Coaf, com dados dos dois, foi anexado à investigação. Além disso, foi juntado ao procedimento um pedido do Ministério Público Federal à Receita para ter dados fiscais de todos citados, entre eles, o filho do presidente e seu ex-assessor.
No dia 25 de outubro de 2019, em sua edição 78, Crusoé revelou a existência do inquérito ao qual a defesa de Moro pede acesso e mostrou como os advogados de Queiroz, mesmo não sendo alvo da investigação, chegaram a pedir para ver os documentos do inquérito conduzido pela PF. Na ocasião, a Justiça Federal no Rio negou, mas concedeu vista ao relatório do Coaf que apontava transações financeiras atípicas do ex-assessor de Flávio.
A defesa pede à delegada da PF em Brasília Christiane Correa Machado que envie ofício à Justiça Federal do Rio para solicitar cópia dos procedimentos. Segundo Sanchez Rios, as "circunstâncias fáticas" do episódio são semelhantes àquelas mencionadas pelo empresário Paulo Marinho, do PSDB, que acusa um suposto vazamento da Operação Furna da Onça para o senador Flávio Bolsonaro.
O advogado ainda diz à delegada da PF que a documentação "mostra-se potencialmente relevante para se verificar a existência de elementos que se relacionem com as hipóteses criminais" investigadas no inquérito do Supremo Tribunal Federal, conduzido pelo ministro Celso de Mello. A investigação mira a ingerência do presidente na corporação.
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