Fars Media CorporationUm Shahed, drone suicida iraniano

Primeiro drones, depois mísseis: decifrando o ataque de Irã a Israel

15.04.24 13:38

Os números divulgados no sábado, 13, pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), indicaram que quase 300 “ameaças aéreas” foram lançadas do Irã contra seu território. Uma análise detalhada do arsenal, no centro do inédito ataque de Teerã contra Tel Aviv, ajuda a entender a dinâmica do bombardeio.

Em uma análise divulgada neste sábado, horas após o ataque, o Institute of Study of War (ISW) indicou que os primeiros artefatos lançados foram os drones Shahed-136. Uma aeronave enxuta (3,5 m de tamanho) e barata (custando até 20 mil dólares por unidade), o drone é uma tecnologia própria do Irã, lançada em grande número de uma mesma unidade, como um caminhão.

Apesar de alcançar, com uma carga de até 50 kg de explosivos, alvos a até 2.500 km de distância, o drone iraniano é extremamente lento, viajando a cerca de 185 km/h (drones americanos podem chegar a 480 km/h). As imagens dos veículos autônomos cruzando o Iraque, a caminho de Israel, mostram que as forças de Tel Aviv tiveram tempo de sobra para ajustar seus sistemas como o Iron Dome (domo de ferro).

Em seguida, entraram os chamados mísseis de cruzeiro, que são também mais lentos — foram cerca de 30 deles.

O uso dos mísseis de cruzeiro com os drones teve como objetivo o de fadigar e colapsar o sistema de defesa aéreo israelense, permitindo que os mísseis balísticos, a terceira receita do coquetel, entrassem em ação.

Os mísseis balísticos têm uma atuação diferente da dos de cruzeiro. Enquanto os de cruzeiro voam abaixo da velocidade do som e são controláveis, os mísseis balísticos são lançados de acordo com as leis da física, não podendo ser controlados após o lançamento. Os mísseis de cruzeiro voam em baixas altitudes, e os balísticos vão até as camadas mais altas da atmosfera. Um míssil de cruzeiro leva cargas pequenas, enquanto a ogiva de um balístico pode ultrapassar os 1.000 kg.

Seriam cerca de 120 mísseis lançados contra Israel — e mesmo as forças de Israel garantem que “poucos deles”  entraram em território israelense, sem causar maiores danos. “A habilidade do Irã em penetrar o espaço aéreo israelense mesmo com poucos grandes mísseis balísticos representa uma preocupação séria de segurança para Israel, conclui a análise do ISW.

 

Leia mais em Crusoé: Como Israel pode atacar o Irã (e por que ainda não fez isso)

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