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Como Israel pode atacar o Irã (e por que ainda não fez isso)

15.04.24 11:24

Após o ataque iraniano com 170 drones, 120 mísseis balísticos e 30 mísseis de cruzeiro, no sábado, 13, Israel ainda iniciou uma ação militar para revidar a ofensiva direta.

Por mais de vinte anos, Israel tem se preparado para uma ação militar contra as instalações nucleares do Irã. Os israelenses sabem muito bem que serão o primeiro alvo da bomba atômica iraniana, quando ela estiver concluída. Em 2005, o então presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad afirmou que Israel deveria ser riscado do mapa. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já falou diversas vezes na ONU sobre o perigo da bomba nuclear iraniana (foto).

A demora de Israel em deflagrar um ataque tem suas explicações.

Um ataque contra o Irã tem várias limitações. Caso Israel realize uma ação sozinho, o efeito não será muito grande. O programa nuclear iraniano poderá seguir adiante, mesmo com alguns contratempos. Contudo, se Israel tiver o apoio dos americanos, o impacto poderá ser muito maior, podendo gerar até mesmo uma mudança de regime.

 

Como seria um ataque israelense ao Irã?

A distância entre Israel e o Irã é de aproximadamente 2 mil quilômetros, maior que a de São Paulo a Salvador.

Os caças israelenses só conseguem percorrer essa distância e voltar se forem reabastecidos em pleno ar.

Israel tem cerca de dez aviões-tanque adaptados que podem fazer esse trabalho, mas isso reduz muito as opções de Israel.

O que também dificulta uma ação é que as instalações nucleares iranianas são múltiplas e estão espalhadas pelo país. Algumas estão ao norte, perto da cidade de Qom. Outras, ao sul.

Outro ponto a ser observado é que as de Natanz, que fica perto de Teerã, e de Fordo são subterrâneas. Elas foram construídas abaixo da superfície justamente para não serem destruídas em um ataque aéreo.

 

Bomba anti-bunker

Israel conta com uma bomba especial, desenvolvida pelos americanos, a GBU-28, conhecida como “anti-bunkers” ou “Garganta Profunda“. Guiada por laser, ela tem uma ogiva capaz de penetrar no solo antes de ser detonada.

Mas essas bombas anti-bunker nunca foram testadas no Irã.

Outro detalhe é que, como são pesadas, elas devem ser levadas por um único caça, o F15, o qual também deve ser bem protegido em seu trajeto.

Outros caças poderiam alvejar as entradas dos túneis e as instalações de energia, impedindo, ao menos temporariamente, o funcionamento das centrífugas de urânio (um dos possíveis recheios da bomba nuclear).

É um ataque difícil, de custo alto e de muito risco, que não necessariamente seria capaz de acabar com o projeto nuclear iraniano. O mais provável é que haveria apenas um adiamento.

 

Entrada dos Estados Unidos

O impacto seria muito maior se os americanos entrassem com Israel na ofensiva. Com porta-aviões e submarinos, os americanos seriam capazes de causar um estrago muito maior nas instalações nucleares do Irã.

Faz sentido, portanto, que Israel tente negociar a participação dos americanos em um ataque ao Irã.

Há ainda um fator político nessa história.

O democrata Biden está recalcitrante em apoiar uma ação israelense, mas os Estados Unidos terão eleições presidenciais em novembro. Caso Donald Trump seja o vencedor, Israel poderá ter o apoio que tanto gostaria.

Depois do ataque iraniano deste sábado, Trump republicou uma mensagem com letras maiúsculas que ele tinha escrito em 2018, em que ameaçava o presidente do Irã, Hassan Rouhani, e dizia que os EUA não aceitariam “palavras dementes de violência e morte”.

“Ao presidente iraniano Rouhani: NUNCA, NUNCA AMEAÇE OS ESTADOS UNIDOS NOVAMENTE OU SOFRERÁ AS CONSEQUÊNCIAS COMO POUCOS AO LONGO DA HISTÓRIA SOFRERAM ANTES. NÃO SOMOS MAIS UM PAÍS QUE APRESENTARÁ SUAS PALAVRAS DEMENTES DE VIOLÊNCIA E MORTE. TENHA CUIDADO!” diz a mensagem de 2018.

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  1. Retaliação mega inteligente de ISRAEL: solicitou a 32 países aliados e amigos, rígidas sanções contra o irã!!! Com certeza comerciais e científicas entre outras. Aí, sem bombas, sem mortes diretas, sem devastação e sem exibicionismo!!!

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