Adriano Machado/Crusoé

Maia evita abordar reação a Bolsonaro e diz que conflito estimula saída de dólares

04.05.20 15:20

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), criticou nesta segunda-feira, 4, a participação de Jair Bolsonaro em manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. O parlamentar, no entanto, evitou falar em uma reação concreta do parlamento à postura do presidente e observou que os conflitos entre os Poderes prejudicam a economia brasileira em meio à crise do novo coronavírus.

Em sua conta oficial no Twitter, horas após o protesto deste domingo, 3, no qual profissionais da imprensa chegaram a ser agredidos, Maia declarou que “cabe às instituições democráticas impor a ordem legal a esse grupo que confunde fazer política com tocar o terror”.

Questionado sobre o que poderia ser feito, na prática, em relação aos insistentes acenos de Bolsonaro em atos antidemocráticos, Maia afirmou que “o melhor caminho é o do diálogo e o da construção de pontes”. “Infelizmente, não é o que vem acontecendo nas últimas semanas, mas esse é o caminho adequado para que a gente possa enfrentar a pandemia com um número menor de mortes, de desempregados e de fechamento de empresas.”

Para o deputado, “o ambiente de mais normalidade e harmonia” dá melhores sinais aos investidores que observam “os passos das autoridades” dentro e fora do país. “A saída de dólares do Brasil não é pequena e, do meu ponto de vista, acaba sendo estimulada por essas sinalizações de divergências e conflitos entre os Poderes”, avaliou.

Do ponto de vista da saúde pública, uma vez que aglomerações tendem a aumentar a transmissão do novo coronavírus, que já matou 7.025 pessoas e infectou outras 101.147 em território brasileiro, o presidente da Câmara afirmou que o estímulo de Bolsonaro dá “uma sinalização errada num momento onde a pandemia está crescendo e vai continuar crescendo nas cidades brasileiras”.

“Acho que vamos avançando e mostrando ao presidente que é importante o diálogo, a boa relação entre os Poderes e, principalmente, o respeito aos técnicos da área de saúde e aos cientistas que precisam que as autoridades sinalizem no caminho correto na questão do enfrentamento ao vírus”, completou.

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