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Maia diz acreditar que Congresso vai manter veto de Bolsonaro a reajustes

21.05.20 15:28

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), avaliou nesta quinta-feira, 21, que o Congresso Nacional deve manter o veto do presidente Jair Bolsonaro à possibilidade de reajuste a algumas categorias do funcionalismo público pelos próximos 18 meses, prevista no plano de socorro a estados e municípios. O chefe do Planalto confirmou que barrará a permissão durante videoconferência com governadores pela manhã.

Em coletiva na Câmara, o parlamentar afirmou que o congelamento das remunerações de todos os servidores públicos até 31 de dezembro de 2021 trata-se de uma importante “trava simbólica”. “Nós vamos ter uma queda na arrecadação. Então, fica difícil alguém propor aumento nesse momento”, pontuou. “Como ninguém vai dar aumento nem nesse ano e acho que nem no ano que vem, é uma trava que apenas sinaliza para a sociedade o controle dos gastos públicos.”

O deputado ainda minimizou a falta de informação sobre uma data exata para o pagamento da primeira parcela do socorro aos entes federados. O plano prevê o repasse de 60 bilhões de reais da União a estados e municípios. “Não vejo problema do ponto de vista da capacidade de transferência de recursos. É muito mais a questão burocrática dos termos que estão colocados na lei. Mas acho que isso os prefeitos e governadores vão resolver rápido, porque é do interesse de cada um”, observou.

Assim como governadores, Maia avaliou de forma positiva a reunião virtual com Bolsonaro. Ele destacou que, no momento, os mandatários precisam ter “maturidade suficiente” e construir convergências. Nas últimas semanas, o presidente e os chefes de Executivos estaduais protagonizaram embates em razão das medidas restritivas adotadas para conter o avanço do novo coronavírus.

Na visão do parlamentar, a reunião abriu o caminho para o diálogo sobre o assunto. “Ele [Bolsonaro] vai poder colocar por que defende essa posição e os outros, com diálogo, vão poder colocar por que divergem dessa posição. Quando você não conversa, você não consegue nem saber a opinião dos outros”, disse.

Ao abordar o tema, Maia deixou clara sua posição de defesa do distanciamento social. Para justificá-la, usou uma comparação entre a Dinamarca e a Suécia. Conforme o parlamentar, a economia dos dois países caiu de forma similar, chegando aos percentuais de 29% e 25%, respectivamente. Ele ressaltou, contudo, que a taxa de letalidade em território dinamarquês, onde o isolamento foi respeitado, mostrou-se maior.

“É um bom exemplo de que o problema econômico vai existir. Cabe aos estados, como um todo, com o governo federal no comando, organizar a redução dessa perda e, depois, a recuperação na pós-pandemia. Agora as vidas não voltam.”

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