Adriano Machado/Crusoé

Maia defende cortes nos salários dos três Poderes para custear auxílio emergencial

09.06.20 15:17

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), defendeu nesta terça-feira, 9, cortes nas remunerações dos três Poderes para o custeio da prorrogação do auxílio emergencial de 600 reais a trabalhadores informais e à população de baixa renda.

O governo federal confirmou, pela manhã, a concessão de mais duas parcelas aos inscritos no programa, além das três previstas inicialmente, devido à crise do novo coronavírus.

Cobrado por deputados e senadores a manter a cifra inicial, o presidente Jair Bolsonaro condicionou a medida à redução dos contracheques do Congresso. “Se tirar dos salários dos parlamentares, tudo bem, por mim, eu pago até mil reais”, disparou em frente ao Palácio da Alvorada, após reunião com o Conselho de Governo.

Questionado sobre a postura do chefe do Planalto, Maia afirmou que “a conta está um pouco distante”. “Todos os salários [de congressistas] são 220 milhões de reais e o custo de dois meses da renda emergencial é de aproximadamente 100 bilhões de reais. Tem uma certa diferença entre um valor e outro. Vai ficar difícil de cobrir”, pontuou.

O parlamentar, porém, assegurou que o parlamento está disposto a debater as reduções, desde que sejam implementadas também no Judiciário e no Executivo, alcançando as remunerações de ministros e do próprio presidente, por exemplo.

“O custo de mão de obra do serviço público federal dos três Poderes está na ordem de 200 bilhões de reais. Dos 200 bilhões de reais, incluindo servidores, ministros, presidente da República, todos, 170 bilhões são do poder Executivo; 25 bilhões de reais do Ministério Público e do Judiciário; e 5 bilhões de reais dos servidores do Congresso Nacional, incluindo os parlamentares da Câmara e do Senado. Se o debate for esse, não há nenhum problema que todo mundo participe para compensar a manutenção de dois ou três meses da renda mínima”, avaliou.

Maia defende as reduções salariais desde o início da crise. Em março, ele chegou a argumentar a favor do corte de até 20% nos contracheques do funcionalismo público federal. “Tem certas horas que não é só o valor, é o simbolismo dado daqueles que têm uma proteção maior e que estão colaborando com a sociedade brasileira”, disse à época.

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