Adriano Machado/Crusoé

Maia critica Eduardo por discutir eleição do comando do Congresso na crise

02.06.20 15:54

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), criticou nesta terça-feira, 2, o deputado federal Eduardo Bolsonaro por declarar que “seria justo” o presidente Jair Bolsonaro se envolver na eleição dos próximos presidentes da Câmara e do Senado, prevista para fevereiro de 2021. Na avaliação do parlamentar, não é adequado discutir a escolha do comando do Congresso em meio à crise do novo coronavírus.

“Me deixa abismado e perplexo como alguém, no meio de uma pandemia, com mais de 30 mil mortes, com a economia caminhando para cair 7%, possa estar preocupado com a eleição para a Presidência da Câmara e do Senado”, disse, quando questionado se cabe a influência do Executivo no processo. “Pelo amor de Deus, vamos tratar de salvar vidas e salvar empregos no Brasil. Nossa agenda precisa ser essa.”

Em entrevista divulgada na segunda-feira, 1, Eduardo afirmou que existe maturidade para que “seja necessária não uma interferência, mas a participação do governo”, uma vez que “várias das pautas dos nossos representados passam pelo Poder Executivo”, emendou.

“Então acho que seria justo o Poder Executivo também participar da eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Se existe um nome? Olha, alguns nomes estão ventilando.Pô, se pudesse colocar alguém ali como o Príncipe, a Bia (Kicis), alguém com essa linha, seria sensacional”, disse o filho 03 do presidente, citando deputados bolsonaristas.

Em reação, Maia declarou não saber se o Planalto “tem essa influência toda” no Congresso. “Na última eleição, o Onyx [Lorenzoni, deputado licenciado e ministro da Cidadania] fez campanha até o último dia e eu derrotei o governo”, ironizou.

O parlamentar ainda confirmou a retomada das atividades do Conselho de Ética — o colegiado teve os trabalhos interrompidos após o início das sessões virtuais. “Vai voltar nas próximas semanas. No máximo, estourando, até o início de julho”, explicou. 

Indagado se a autorização decorria de declarações de Eduardo Bolsonaro, alvo de recente representação por afirmar que haveria uma “ruptura” institucional, Maia negou.

“Não estou querendo voltar amanhã para tratar de caso específico nenhum. A gente não pode tratar, quando decide voltar uma comissão, que é para fulano de tal. É porque o Conselho pode voltar a trabalhar porque tem mandato de dois anos”.

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