Lula vai testemunhar a destruição da democracia no México
Presidente petista viajará para a posse de Claudia Sheinbaum, em meio a reformas do Judiciário e conflitos no estado de Sinaloa, sem intervenção estatal
O presidente Lula viajará para o México entre os dias 30 de setembro e 1º de outubro. No último dia, está marcada a posse da presidente eleita Claudia Sheinbaum, a sucessora do atual presidente Andrés Manuel López Obrador.
Na Cidade do México, o petista irá testemunhar pessoalmente a destruição da democracia mexicana.
Na quarta, 11, o Senado mexicano aprovou uma reofrma judicial impulsionada por Obrador, que permite a eleição direta para os magistrados da Suprema Corte.
A medida acabará com a independência do Judiciário, porque candidatos a uma vaga na Suprema Corte farão campanha se aproximando do partido mais forte, que atualmente é o Morena, de Obrador e Claudia.
Após vestirem a toga, eles naturalmente seguirão prestando serviços ao partido que os apoiou.
O corolário dessa politização do Judiciário é que a Suprema Corte perderá o seu papel contramajoritário, em que o tribunal deveria atuar protegendo os direitos das minorias, contra medidas autoritárias da maioria.
População indefesa
O fim da democracia mexicana também se dará pela falta de repressão ao crime organizado.
O presidente Obrador anunciou que não irá se meter no enfrentamento entre divisões do Cartel de Sinaloa.
De um lado da briga estão os filhos de Joaquín El Chapo Guzmán. De outro, os seguidores de El Mayo.
Os confrontos têm sido mais violentos em Culiacán, capital do estado de Sinaloa.
Em oito dias, a guerra já deixou mais de 30 mortos.
Obrador apenas pediu para que as facções ajam "de forma responsável".
A frase é condizente com com o posicionamento de Obrador quando ele ainda fazia campanha para a presidência. Naquela época, ele falava que resolveria o problema da insegurança com "abraços, não com balas".
Cerca de um milhão de mexicanos estão em meio ao fogo cruzado, sem que o Estado mexicano se prontifique a protegê-los.
Lula, que apoiou os esforços de Hugo Chávez e Nicolás Maduro para sepultar a democracia na Venezuela, agora se prepara para repetir o feito com o México.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
AEC
2024-09-18 14:06:12Aqui como lá, é o "governo do amor "!