Kremlin desconversa sobre paradeiro de Assad
Agências russas informaram no domingo, 8, que o ditador sírio fugiu para Moscou, mas o governo russo não quis comentar o assunto
Apesar de as agências de notícias russas afirmarem que Bashar al-Assad (à esquerda na foto) fugiu da Síria para Moscou, onde teria recebido asilo por razões humanitárias, o governo russo desconversou e se recusou a confirmar o paradeiro do ditador deposto.
"Quanto ao paradeiro do presidente Assad, não tenho nada para falar a vocês", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 9.
Questionado se Vladimir Putin (à direita), aliado de Assad, decidiu pessoalmente conceder refúgio ao ditador sírio, Peskov disse que "decisões assim não podem ser tomadas sem o chefe de Estado."
"O que aconteceu surpreendeu o mundo inteiro. Nós não somos exceções", acrescentou o porta-voz.
Atuando militarmente na Síria desde 2015, o governo russo acredita que o país entra em "um período muito difícil, devido à instabilidade".
"É muito importante manter um diálogo com todos os países" da região, afirmou Peskov.
Bashar al-Assad recebe asilo na Rússia
A agência estatal TASS informou no domingo, 8, que o ditador deposto Bashar al-Assad e sua família estão em Moscou sob proteção russa.
Ainda segundo a agência, as autoridades russas “estão em contato com representantes da oposição armada síria, cujos líderes garantiram a segurança das bases militares russas e instituições diplomáticas no território da Síria”.
A residência presidencial em Damasco foi invadida e saqueada por rebeldes, enquanto outra propriedade foi incendiada. Nas ruas, manifestantes comemoraram a queda do ditador, destruindo estátuas de Hafez al-Assad, pai de Bashar.
Bashar al-Assad deixou Damasco em meio à ofensiva relâmpago que culminou na tomada da capital da Síria.
A ofensiva, liderada pelo grupo jihadista Hayet Tahrir al-Sham (HTS), avançou rapidamente desde o início de dezembro, conquistando cidades estratégicas como Homs e subúrbios de Damasco. Esse é o maior revés militar sofrido pelo regime sírio desde o início da guerra civil em 2011, que já causou mais de 500 mil mortes.
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