Adriano Machado/Crusoé

Justiça quebra os sigilos bancário e fiscal do escritório de Ricardo Salles

11.06.20 10:29

A Justiça de São Paulo autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do escritório de advocacia do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da conta pessoal de sua mãe. A decisão do juiz Marcos de Lima Porta, da 5ª Vara da Fazenda Pública, ocorreu no âmbito da investigação que apura possível enriquecimento ilícito, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo.

Entre 2012 e 2018, o patrimônio declarado por Salles saltou de 1,4 milhão para 8,8 milhões de reais. O sigilo do ministro já havia sido levantado no mesmo caso e, como revelou Crusoé, sua conta recebeu ao menos 7 milhões de reais em créditos entre 2013 e 2017. Parte deles, cerca de 330 mil reais, referente a depósitos em dinheiro — alguns de forma fracionada.

Parte desses créditos, provenientes do seu escritório de advocacia e da conta de sua mãe, foi o que levou o MP paulista a solicitar as novas quebras autorizadas agora. A suspeita do promotor Ricardo Manuel Castro é sobre possível lavagem de dinheiro. Da conta do escritório foram 2,75 milhões de reais em 54 transferências feitas entre 2014 e 2017 para a conta pessoal de Salles.

O que mais desperta a atenção é que 250 mil reais foram transferidos entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro de 2014, quando ele ainda era secretário particular de Geraldo Alckmin no governo. A conta de sua mãe foi a origem de 728 mil reais que entraram na conta de Salles, por meio de 14 transferências entre 2015 e 2017. O ministro nega qualquer irregularidade e disse que não vai comentar a investigação.

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