José Dirceu quer mudar o Congresso. De novo?
Ao criticar a impunidade no Brasil e dizer que é preciso avançar com as pautas do governo Lula, José Dirceu faz troça dos brasileiros

O petista José Dirceu (foto), arquiteto do mensalão e do petrolão, participou das manifestações contra a PEC da Blindagem e contra a anistia em Brasília no domingo, 21.
Buscando enterrar o próprio passado, Dirceu disse que é preciso mudar o Congresso para avançar as pautas que interessam ao governo Lula e reclamou da impunidade.
"Todo mundo em um domingo de luta e combate. Em Brasília e em todo o Brasil. Nós precisamos tomar consciência de que, para mudar este país, precisa mudar o Congresso Nacional", disse Dirceu ao microfone, em frente ao Museu Nacional.
"O que eles estão fazendo com o Brasil? O presidente Lula apresentou vários programas para proteger a economia popular e o bem-estar das famílias brasileiras. O que eles fazem? Bloqueiam a isenção do imposto de renda. Bloqueiam o vale-gás. Bloqueiam a isenção da conta de luz. Param o país para aprovar a PEC da Impunidade. Mas o Brasil está mudando", afirmou.
É muita hipocrisia.
José Dirceu já tentou mudar o Congresso uma vez, ao comandar o mensalão.
Dirceu montou um esquema de pagamentos mensais de propinas para parlamentares, para que eles votassem as pautas de interesse do governo Lula.
Em 2015, ele foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão, por corrução ativa e formação de quadrilha.
Mais tarde, ele também foi condenado após ser acusado pela Lava Jato, no escândalo do petrolão.
Em 2016, ele foi condenado a 23 anos e 3 meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Ele teria recebido 15 milhões de reais propinas da empreiteira Engevix, que ganhou cinco contratos de obras da Petrobras.
Em 2017, Dirceu ganhou mais 11 anos e 3 meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Foi acusado por receber 2 milhões de reais da empreiteira UTC, que ganhava contratos na Petrobras.
As penas foram anuladas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
No caso mais acintoso, o ministro do STF Gilmar Mendes entendeu que José Dirceu deveria ser beneficiado após uma decisão judicial que favoreceu Lula, alegando a suspeição do juiz Sergio Moro.
A Procuradoria-Geral da República alegou que a anulação não fazia sentido, por se tratar de casos e crimes diferentes.
A reclamação da PGR não teve consequências, e José Dirceu deixou de ser ficha suja.
No ano que vem, espera-se que ele se candidate a deputado federal, pelo PT.
Ao dizer que é preciso mudar o Congresso para avançar pautas do governo Lula e criticar a impunidade no Brasil, José Dirceu faz troça dos brasileiros.
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