Israel: líderes da oposição pedem renúncia de Netanyahu
Dois dos principais líderes da oposição em Israel pediram a renúncia do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e a convocação de eleições antecipadas, após um incidente resultar na morte de funcionários de uma ONG em Gaza. “Para que possamos permanecer unidos e ter sucesso nas tarefas que enfrentamos, o público deve saber que em breve pediremos mais...
Dois dos principais líderes da oposição em Israel pediram a renúncia do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e a convocação de eleições antecipadas, após um incidente resultar na morte de funcionários de uma ONG em Gaza.
“Para que possamos permanecer unidos e ter sucesso nas tarefas que enfrentamos, o público deve saber que em breve pediremos mais uma vez que demonstrem a sua confiança, que não ignoraremos a catástrofe de 7 de Outubro e o que ocorreu antes disso”, disse Benny Gantz (foto) nesta quarta, 3 de abril.
Líder do partido Azul e Branco, Gantz foi o principal rival de Netanyahu no ciclo de três eleições parlamentares entre 2019 e 2020. Os dois chegaram a formar um governo de coalizão, mas romperam em menos de um ano.
Hoje, Gantz integra o gabinete de guerra do governo de Netanyahu no contexto dos conflito com o Hamas após os atentados de 7 de outubro.
Quem se juntou ao coro pela renúncia foi Yair Lapid, outra das principais figuras da oposição.
Lapid chegou a formar uma coalizão que derrubou Netanyahu do governo em 2022. Ele acabou sendo ministro pelo segundo semestre daquele ano.
“O Estado de Israel não pode esperar mais seis meses até que este governo terrível, perigoso e mais fracassado da história deste país vá embora. Este governo deveria partir o mais cedo possível para que possamos trazer de volta os reféns, permitir o regresso dos cidadãos evacuados, conquistar o Hamas e garantir que alguém cuide da classe média israelense”, publicou Lapid no X, antigo Twitter.
Netanyahu reconhece incidente
A ONG humanitária World Central Kitchen, sediada nos Estados Unidos, acusou Israel nessa terça-feira, 2 de abril, de realizar um ataque que matou sete dos seus funcionários na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro israelense fala de “um incidente trágico”.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, admitiu que sete funcionários da ONG norte-americana World Central Kitchen foram mortos em Gaza por um ataque israelense “não intencional”.
“Infelizmente, ontem (segunda-feira, 01 de abril), ocorreu um incidente trágico quando as nossas forças atingiram involuntariamente pessoas inocentes na Faixa de Gaza. Isto acontece numa guerra. Vamos verificar até ao fim e estamos em contato com os governos e tudo faremos para que isto nunca mais aconteça”, declarou Netanyahu, de o hospital onde foi submetido no domingo à noite a uma operação a uma hérnia.
As vítimas da World Central Kitchen
As vítimas eram originárias de Austrália, Polônia e Reino Unido, além de um cidadão com dupla nacionalidade americana e canadense e uma pessoa palestina.A World Central Kitchen acrescentou que decidiu “suspender as operações na região”. Desde o início da guerra, em Outubro, a World Central Kitchen tem participado em esforços de socorro, incluindo o fornecimento de refeições aos famintos residentes de Gaza.
A ONG indicou que a sua equipe viajava a bordo de um comboio composto por “dois carros blindados com o logotipo WCK e um veículo ligeiro” no momento do ataque. “Apesar de coordenar os movimentos com as FDI, o comboio foi atingido ao sair do armazém de Deir al-Balah, onde a equipa descarregou mais de 100 toneladas de ajuda alimentar humanitária transportada para Gaza por via marítima”, especifica no comunicado de imprensa.
Forças de Defesa de Israel expressam condolências
O porta-voz da FDI, contra-almirante Daniel Hagari, em uma declaração em vídeo em inglês, disse que conversou com o fundador da World Central Kitchen para expressar suas condolências após o ataque na Faixa de Gaza que matou sete membros da organização humanitária:
“Ontem à noite, ocorreu um incidente em Gaza que resultou na trágica morte de funcionários da World Central Kitchen enquanto cumpriam a sua missão vital de levar alimentos às pessoas necessitadas”, diz Hagari. “Como militares profissionais comprometidos com o direito internacional, estamos empenhados em examinar as nossas operações de forma completa e transparente”, continua ele.
“Acabei de falar com o fundador da WCK, Chef Jose Anders, e expressei as mais profundas condolências das Forças de Defesa de Israel às famílias e a toda a família World Central Kitchen”, declarou ainda Hagari.
Hagari afirmou que as FDI expressam sincero pesar às nações aliadas “que têm feito e continuam a fazer muito para ajudar os necessitados”.
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Comentários (1)
ANDRÉ MIGUEL FEGYVERES
2024-04-04 22:21:15Acidentes acontecem em todas as guerras. Netanyahu não tem, desde 07 de outubro, legitimidade para continuar como 1º ministro de Israel. Essa guerra é, como afirmou o líder do Memry, uma guerra entre civilizações.