Adriano Machado/Crusoé

Investigado em SC é suspeito de invadir computador de delegado da Lava Jato

23.06.19 22:55

O grupo criminoso formado por delegados federais, policiais rodoviários e empresários que foi alvo da Operação Chabu, deflagrada na última terça-feira em Santa Catarina, comercializava serviços de “inteligência cibernética”. As informações estão no pedido de prisão do delegado Fernando Caieron, apontado como um dos líderes do grupo, e de outras seis pessoas, entre elas o prefeito de Florianópolis Gean Loureiro (sem partido).

“Os elementos probatórios, indicam que os referidos sujeitos da investigação estabeleceram sociedade informal para venda de serviços e produtos de inteligência cibernética ainda não delimitado”, afirma o delegado Daniel Carvalho Nascimento no pedido de prisão da Chabu.

No pedido pelas prisões dos alvos, a Polícia Federal cita a apreensão, com um delegado da Polícia Civil investigado como suspeito de integrar o grupo, de imagens que seriam “capturas de tela” do computador do delegado Márcio Anselmo (foto), um dos primeiros investigadores da Operação Lava Jato e atual coordenador-geral de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro da PF. Esse fato ainda está sob investigação, dizem os investigadores.

Conversas encontradas nos celulares dos investigados mostram a atuação do grupo na venda de informações sigilosas sobre inquéritos em andamentos, construção de ‘salas seguras’ feitas com equipamentos contrabandeados do Paraguai e atuação em disputa de licitações públicas em Santa Catarina.

A PF também investiga se o grupo tinha capacidade de ter acesso ao sigilo telemático – e-mails e mensagens via aplicativos – por meio do uso de softwares. Há suspeita de que um dos investigados usava um programa destinado a monitorar telas de computadores de terceiros.

“Destaca-se, neste ponto, a evidência material de quebra de sigilo telemático por parte dos envolvidos posto que conforme narrativa do delegado Fernando Caieron teria sido narrado a posse de e-mails trocados entre funcionários suspeitos das atividades criminosas”, diz trecho do pedido.

Na semana passada, Crusoé revelou que a PF investiga se os alvos da Operação Chabu têm relação com a invasão hacker a telefones celulares de autoridades da Lava Jato.

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