Próximo premiê britânico, Rishi Sunak dispensa a 'carta racial'
Ao estender-se por um quarto do território do planeta, o Império Britânico ficou conhecido como aquele "em que o sol nunca se põe". Sua principal colônia, a mais rica de todas, era a Índia, que conquistou sua independência em 1947. Mas a história dá voltas, e o Reino Unido terá, pela primeira vez, um primeiro-ministro...
Ao estender-se por um quarto do território do planeta, o Império Britânico ficou conhecido como aquele "em que o sol nunca se põe". Sua principal colônia, a mais rica de todas, era a Índia, que conquistou sua independência em 1947.
Mas a história dá voltas, e o Reino Unido terá, pela primeira vez, um primeiro-ministro de origem indiana. Ao se tornar o novo líder do Partido Conservador, Rishi Sunak (foto) é quem substituirá Liz Truss, que renunciou após 45 dias na sexta, 21.
Seu histórico familiar é quase a história do Império Britânico. Os avós de Sunak deixaram o Punjab, no nordeste da Índia, para viver na colônia britânica da África Oriental. O pai de Sunak nasceu no Quênia e sua mãe, na Tanzânia, outras duas ex-colônias. Depois de se casarem, o casal migrou para a Inglaterra nos anos 1960. Sunak nasceu em Southampton, ao sul do país, onde os conservadores são maioria. Ele, portanto, pode ser considerado como um britânico de origem indiana, e sua religião é o hinduísmo.
Na política britânica, o Partido Trabalhista é o que costuma ter mais membros de origem estrangeira. Sadiq Khan, o prefeito de Londres, é o mais famoso deles. Muçulmano, seus pais deixaram o Paquistão para viver em Londres. Nesta segunda, Khan publicou uma mensagem para Sunak: "Política à parte, eu gostaria de parabenizar Rishi Sunak por fazer história hoje como líder conservador e, em breve, primeiro-ministro".
Mas muitos filhos de imigrantes também têm se destacado no Partido Conservador, em que 97% dos filiados são brancos. Os pais de Kwasi Kwarteng, que foi secretário de Tesouro de Liz Truss, eram de Gana e mudaram-se para o Reino Unido.
Ao longo das últimas décadas, o sucesso de muitos filhos de imigrantes nos negócios e na política tem diminuído o preconceito. Ajuda o fato de que muitos deles receberam uma educação de primeiro nível. Sunak estudou na Universidade Winchester, de onde já saíram seis secretários do Tesouro. Depois, passou por Oxford e pela americana Harvard. Kwarteng foi aluno no Eton College, por onde também passaram John Maynard Keynes, Boris Johnson, o príncipe William e o escritor George Orwell.
Nos Estados Unidos, a eleição de Barack Obama, o primeiro presidente negro americano, contribuiu para combater o racismo. Para isso, ajudou o fato de que Obama não se colocava como uma vítima do sistema, mas usou-o para alcançar o posto mais alto da política em Washington.
A subida de Rishi Sunak ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido poderá ter um efeito semelhante. Como Obama, ele também não se coloca como uma vítima ou usa o preconceito e o racismo, ainda presentes em parte da sociedade britânica, a seu favor. "Eu absolutamente não acho que isso (racismo) é um fator que importa na decisão das pessoas", respondeu ele numa entrevista ao jornal Daily Telegraph. Sunak tem os próprios méritos, que são reconhecidos pelos demais conservadores. "Eu fui selecionado como um membro do Parlamento em Richmond. Nossos filiados corretamente colocam o mérito acima de todo o resto. Gênero, etnia ou outras coisas não têm nada a ver com isso."
Só não pense que Sunak tenha uma postura aberta aos novos imigrantes. O próximo primeiro-ministro promete ser duro contra os novos imigrantes, assim como os demais conservadores. Sunak fala em consertar o sistema que concede asilos, em colocar um limite no número anual de refugiados e em impedir as travessias pelo Canal da Mancha em pequenos barcos.
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Comentários (5)
Lucia
2022-10-27 11:14:38Que faça o melhor para o seu país!! Seu currículo acadêmico é de dar inveja, se comparado ao dos nossos candidatos…
EeRita
2022-10-25 16:00:58Espero que o rescente eleito tenha muita sorte ao comando que lhe e concedido,lamento que o johnson nao tenha voltado a exercer novamente,ele demonstrou um grande ato de caridade crista ao grande chefe Zelensky lhe apoiando em defesa humanitaria que a RUSSIA CASTIGA NOSSOS IRMAOS,C OMO bBORIS E MUITO JOVEM TERA MUITAS CHANCES FUTURAS,E ISSO A VIDA NOS TRAZ DE TUDO,UM VOTO DE LOUVOR AO INESQUECIVEL BORIS
Jaime
2022-10-24 17:56:33...desde que não misture política com religião, tá tudo bem.
Homero
2022-10-24 15:57:38Namastê...
KEDMA
2022-10-24 11:49:16Boa sorte para ele.