Adriano Machado/Crusoé

Fernando Azevedo e Silva desiste de assumir diretoria-geral do TSE

16.02.22 12:46

O ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva (foto) informou aos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes que desistiu de assumir a diretoria-geral do Tribunal Superior Eleitoral. O general exerceria a função durante a gestão dos dois à frente da corte — a nova cúpula tomará posse na próxima terça-feira, 22.

Em nota, o TSE afirmou que Azevedo e Silva explicou que não poderia ascender ao posto em razão de “questões pessoais de saúde e familiares. O comunicado foi feito aos ministros na última terça-feira, 15, após uma reunião de transição entre eles e o atual presidente da Corte Eleitoral, Luís Roberto Barroso.

O recuo ocorreu após o TSE enviar às Forças Armadas respostas sobre dúvidas técnicas apresentadas a respeito do sistema eletrônico de votação. Conforme a corte, em meio às 80 indagações, não houve “qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades” das urnas.

O TSE declarou que a expectativa é que ainda nesta sexta-feira, 18, seja anunciado o novo nome para a diretoria-geral.

Azevedo e Silva comandou a Defesa durante o governo Jair Bolsonaro, entre janeiro de 2019 e o início de 2021. A presença do militar no tribunal visava ampliar a integração das Forças Armadas com o processo eleitoral, apaziguar os ânimos em meio aos ataques do presidente às urnas eletrônicas e contribuir para o aumento da confiabilidade das eleições.

Em um discurso na terça-feira, Edson Fachin, futuro presidente do TSE, chegou a antecipar que pretende priorizar ações contra os fluxos de desinformaçãoque foram promovidos sistematicamente para atingir a reputação do tribunal” e medidas para “realçar a integridade dos pleitos nacionais“.

O ministro acrescentou que fará frente a “ameaças ruidosas do populismo autoritário“, sem citar os nomes dos possíveis responsáveis. “Enfrentaremos distorções factuais e teorias conspiratórias, as quais, somadas ao extremismo, intentam atingir o reconhecimento histórico e tradicional da Justiça Eleitoral, afrontando perversamente a honestidade e o profissionalismo do corpo funcional“, emendou.

Azevedo e Silva deixou o Ministério da Defesa em março de 2021. Em sua despedida, o militar reuniu assessores, oficiais-generais e servidores em seu gabinete num gesto de agradecimento ao empenho da equipe. “Quero aproveitar a oportunidade para agradecer a todos. Há hora para chegar e para sair. Agora é o momento de sair. O cargo é do presidente. Saio com a sensação de dever cumprido”, disse, na ocasião.

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