Escritório de ex-presidente da CBF sob suspeita de receber propina para operador do MDB
O escritório de advocacia do ex-presidente da CBF Marco Polo Del Nero está entre os alvos da Operação Combustão, que mira supostos desvios de 87 milhões de reais no Postalis. A banca recebeu 2,5 milhões de reais da Alub, que foi destinatária de aportes do fundo de pensão dos Correios e é investigada por pagar...
O escritório de advocacia do ex-presidente da CBF Marco Polo Del Nero está entre os alvos da Operação Combustão, que mira supostos desvios de 87 milhões de reais no Postalis. A banca recebeu 2,5 milhões de reais da Alub, que foi destinatária de aportes do fundo de pensão dos Correios e é investigada por pagar propinas a Milton Lyra, operador do MDB no Senado. O juiz federal Marcus Vinícius Reis Bastos determinou o bloqueio de 4,6 milhões de reais do escritório, que hoje está em nome do filho do cartola.
O grupo educacional Alub recebeu 62 milhões de reais do Postalis. Os investigadores suspeitam de que os custos da operação seriam, na verdade, uma justificativa para fazer repasses a Lyra. Após receber os aportes do fundo de pensão, a empresa transferiu 18 milhões de reais para pessoas jurídicas ligadas a Lyra. Entre esses supostos intermediários de Lyra está o escritório de advocacia de Del Nero.
Os investigadores chamam a atenção para o fato de que a banca é vizinha de Milton Lyra em um de seus endereços em São Paulo. Pelo escritório, já passaram, além do ex-presidente da CBF, o ex-deputado federal Vicente Cândido, do PT, também ligado à entidade. Há outra coincidência de localizações. O delator Nelson Mello, da Hypermarcas, relatou que o escritório de Lyra no Lago Sul, em Brasília, fica próximo de um escritório da CBF.
A força-tarefa Postalis, responsável pela investigação, ainda lembra que o servidor do Senado Vandenbergue Machado, ligado ao ex-presidente da casa Renan Calheiros, do MDB, é o lobista da CBF em Brasília.
A relação entre Renan e Lyra é conhecida há anos pelos investigadores. No sábado 10, Crusoé revelou que o operador é alvo de um inquérito ao lado do emedebista, aberto no Supremo Tribunal Federal, para investigar suposto recebimento de propinas de um empresário que passou por gigantes empresas do setor portuário. Este inquérito também nasceu de uma investigação da força-tarefa Postalis.
Del Nero está banido do futebol pela Fifa desde 2018, em razão dos escândalos de corrupção em negociações pelos direitos de transmissão de competições internacionais.
Em nota, Milton Lyra alega ser "vítima de uma implacável perseguição do Ministério Público Federal" e alvo de "acusações sem provas". "A nova investida contra mim só serve para camuflar as inúmeras ilegalidades com que o MPF conduz essas investigações".
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Comentários (1)
Paulo
2020-10-19 13:30:44O só investigar que começa aparecer a podridão. Parece que neste país nada escapa, nada resiste à uma investigação. Acreditar em quem? É um mar de lamas!!!