Com escolha de Mendonça, Bolsonaro acena à base e aposta em um ministro para chamar de seu
Desde o estreitamento de laços entre Jair Bolsonaro e os partidos do Centrão havia fortes dúvidas em Brasília de que o chefe do Planalto honraria sua promessa de indicar um ministro “terrivelmente evangélico” ao Supremo Tribunal Federal. As concessões cada vez mais frequentes de cargos e emendas aos aliados fisiológicos ajudaram a livrar o presidente...
Desde o estreitamento de laços entre Jair Bolsonaro e os partidos do Centrão havia fortes dúvidas em Brasília de que o chefe do Planalto honraria sua promessa de indicar um ministro “terrivelmente evangélico” ao Supremo Tribunal Federal. As concessões cada vez mais frequentes de cargos e emendas aos aliados fisiológicos ajudaram a livrar o presidente da República do impeachment e não abalaram de maneira expressiva sua popularidade entre os eleitores mais fiéis e devotados. Mas a pouco mais de um ano das eleições e diante das incertezas sobre o futuro do casamento com o Centrão, Bolsonaro resolveu voltar à sua gênese. A escolha do advogado-geral da União, André Mendonça, para uma cadeira no STF representa o grande aceno do capitão da reserva ao “bolsonarismo raiz”.
O escolhido do presidente enfrenta resistências no Congresso, mas a aposta é de que o nome de Mendonça será aprovado. Pastor de uma igreja presbiteriana em Brasília, ele se cacifou para a vaga por ser evangélico, mas, principalmente por ter embarcado na defesa incondicional do chefe. No Ministério da Justiça, o advogado sacou do bolso com frequência a Lei de Segurança Nacional, criada na ditadura militar, para inibir a atuação de críticos do presidente da República, como jornalistas, escritores e influenciadores digitais.
A atuação alinhada ao autoritarismo de Bolsonaro fez André Mendonça ganhar espaço no Planalto. A fidelidade do advogado foi mais determinante do que sua religião – e, claro, contou mais do que os atributos constitucionais para a vaga. A despeito das objeções no Centrão, que desejava um nome 100% “confiável” como Kassio Marques, o presidente preferiu ter um ministro para chamar de seu.
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Comentários (7)
Eri
2021-07-13 16:56:03Mendonça foi escolhido pela sua dignidade, caráter não ter família associada com advogados famosos como a maioria do STF.
Carlos Canedo
2021-07-13 15:09:26Nos Estados Unidos jamais seria aprovado pelo Senado. Lá o povo participa protestando quando o nome indicado tem comprometimentos ideológicos que o deslegitima. Data vênia, O Dr. aí defendeu o governo de plantão que termina em 2022 em causas flagrantemente inconstitucionais e só isso já é suficiente para não ser aprovado.
Maria
2021-07-13 13:12:05Faz de conta que está caindo mas mantém o “seu exército” “ seus ministros “ seus presidentes da câmera e do senado, ele está com tudo muito bem preparado. O país que se cuide
Sebastião Oliveira Teixeira
2021-07-13 13:06:59Uma vergonha ! Nosso país sendo entregue por esse presidente corrupto para o dogmatismo da religião. Retrocesso sem tamanho. Na nossa constituição o estado é laico. Regrecao para a idade média.
JEAN
2021-07-13 10:07:41Depois do Kassio, indicado a desembargador pela Dilma, vem Mendonça, ex assessor de Dias Toffoli! Nem o PT sonhava com tais nomes... Bolsonaro traiu o país!
HansRudolf Zollinger
2021-07-13 10:06:28Não adiana esperar até 2022, a maioria do povo brasileiro não sabe votar. POVO NA RUA‼️, solicitando 1° ajuda das FFAA do bem - 2° Impeachment de JB - 3° fechamento dos STF e senado - 4° reconduzir Sérgio Moro à PJS, já que ele não tinha mais apoio de JB, envolvido c/familiares na jutiça, só lhe sobrando demissão. JB não prometeu lutar contra a corrupção?
Mara
2021-07-13 09:43:00Vergonha! Tem que ser vetado pelo Senado.