Ricardo Stuckert/PR via FlickrGustavo Petro e Lula, em encontro de ambos no Palácio da Alvorada em maio de 2023

Encontro de Lula e Petro se torna campo minado diplomático

15.04.24 10:15

Lula e o presidente da Colômbia Gustavo Petro voltam a se encontrar nesta semana. Pela segunda vez desde que tomou posse no ano passado, o petista vai até a Colômbia visitar o outro chefe de Estado de esquerda na região. O timing do encontro, no entanto, não poderia ser mais complexo: com o ataque inédito de Irã a Israel no sábado, 13, ambos estão entrando em um campo minado diplomático.

Isso porque nem o brasileiro nem o colombiano condenaram publicamente o ataque. O Itamaraty publicou uma nota no domingo, 14, sobre o ataque — que, realizado quase em câmera lenta, não causou danos significativos ou mortes em territórios israelenses. Mas, para os diplomatas chefiados por Lula e por Celso Amorim, o Irã é a vítima na história.

O governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, deixando em alerta países vizinhos como Jordânia e Síria”, diz a nota, antes de degringolar: “Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã.

Apesar do posicionamento de Lula e seu Itamaraty, que estão deslocados da resposta unânime da comunidade internacional (que apoiou Israel), a visão brasileira é até mais comportada do que têm feito Petro em Bogotá.

Durante o domingo, 14, Petro usou de sua conta no X para dizer que “a reação violenta contra os ataques é seguir matando crianças e violando a resolução de cessar-fogo do Conselho de Segurança da ONU”, ligando diretamente o ataque a Israel com a guerra na Faxa de Gaza. Ele ainda republicou um vídeo onde supostamente se exibe o disparo de mísseis do Iêmen contra Israel.

Aconselhado a manter uma distância segura sobre a questão, Lula corre o risco de falar mais que a própria boca — como ocorreu em sua viagem ao Egito e a Etiópia, em fevereiro. Foi em uma coletiva de imprensa em Addis Abeba, na capital do segundo país, que o petista inventou de chamar a guerra de Gaza de genocídio e ainda compará-lo ao Holocausto, o que motivou reações internas e externas ao país.

Leia mais na Crusoé 303: Lula contra o mundo livre

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