Em revanche, republicanos aprovam impeachment a secretário de Biden
Na segunda votação em uma semana, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou a abertura de processo de impeachment do secretário de Segurança Nacional do país, Alejandro Mayorkas (foto). Movido pela maioria republicana na Casa, a votação é a primeira do tipo em mais de 140 anos e não se baseia em nenhum crime -...
Na segunda votação em uma semana, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou a abertura de processo de impeachment do secretário de Segurança Nacional do país, Alejandro Mayorkas (foto). Movido pela maioria republicana na Casa, a votação é a primeira do tipo em mais de 140 anos e não se baseia em nenhum crime - é mais uma mensagem da base do partido, alinhada a Donald Trump, com a política de imigração do presidente Joe Biden.
A votação foi apertada: 214 a 213 pela abertura do processo, que agora seguirá para o Senado. Na semana passada, os republicanos estavam confiantes que aprovariam o processo, mas foram surpreendidos pela própria soberba e falta de cálculo. Em um vexame duplo, o partido com a maioria das cadeiras não conseguiu ter os votos necessários.
O desastre teve um quê de filme hollywoodiano: um deputado democrata do Texas, internado num hospital em Washington para uma cirurgia abdominal, ficou sabendo da votação pela TV e foi, de Uber, para o Congresso. Ainda vestido com a roupa hospitalar e em uma cadeira de rodas, Al Green deu o voto que impediu o impeachment. Nesta semana, ele também votou, mas outros parlamentares republicanos também deram seu voto, o que selou a maioria.
No Senado, no entanto, a destituição do cargo não deve prosperar. Isso porque, para ocorrer, o pedido teria de ter 60 dos 100 votos na Casa, que já tem maioria democrata (51 a 49).
Não há nenhuma acusação de crime ou ação corrupta contra Mayorkas — o argumento dos republicanos é que a política de migração de Biden é contra a lei.
A discordância sobre como Biden deve tratar a imigração ilegal na fronteira com o México (que vem alcançando máximas históricas ano após ano) quase jogou o Orçamento do país no ralo, e ameaça deixar a Ucrânia sem financiamento para combater a invasão russa em 2024 (a ajuda financeira ao país, aprovada essa semana pelo Senado, agora vai para a Câmara). Além disso, o discurso linha-dura adotado pelos representantes agrada principalmente o eleitor republicano e seu candidato presidencial, Donald Trump — que voltou com tudo aos holofotes.
O conflito anda escalando até mesmo em nível estadual. O governador do Texas, Greg Abbott, disse que descumpriria uma ordem da Suprema Corte do país obrigando-o a parar de instalar arame farpado nas margens do rio Grande, fronteira natural com o México.
Apesar do entendimento dos juízes de que a competência de fronteira é da Casa Branca, o governador republicano defende que a política de Biden contra imigração é falha, cabendo a ele tomar a dianteira. Casos de insurreição de estados, vale lembrar, deram início à guerra civil americana, em 1861.
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