Em Goiás, mais uma cidade recebeu dinheiro do orçamento paralelo e não tem obra
Localizado a 80 quilômetros de Brasília, o município de Formosa, em Goiás, convive com um problema que se arrasta por décadas. Um valão de quatro quilômetros (foto) de extensão corta a cidade de uma ponta a outra, levando transtornos para os moradores toda vez que chove. A água transborda e alaga bairros inteiros. O mau cheiro,...
Localizado a 80 quilômetros de Brasília, o município de Formosa, em Goiás, convive com um problema que se arrasta por décadas. Um valão de quatro quilômetros (foto) de extensão corta a cidade de uma ponta a outra, levando transtornos para os moradores toda vez que chove. A água transborda e alaga bairros inteiros. O mau cheiro, provocado pelo esgoto despejado no canal, irrita comerciantes e incomoda os 123 mil habitantes da cidade.
O que a população de Formosa não sabe é que o problema já devia estar sendo solucionado. O município aparece no já conhecido orçamento paralelo do governo de Jair Bolsonaro como destinatário de 10 milhões de reais que deveriam ser usados para pavimentar ruas e drenar o canal. Desse total, 5 milhões de reais foram transferidos para a cidade entre fevereiro e março, segundo o portal de convênios do governo -- o restante seria depositado na conta da prefeitura neste mês de maio. Ocorre que, na segunda-feira,17, a reportagem de Crusoé esteve na cidade e não viu nem sinal de obras.
O dinheiro integra a cota do deputado José Nelto, do Podemos de Goiás, que é ligado ao prefeito Gustavo Marques, do mesmo partido do parlamentar. O responsável por administrar os recursos é o pai do prefeito, Elmo Abadio, secretário de Obras do município. Abordado por Crusoé, Abadio admitiu que ainda não há sequer projeto pronto para a obra. Alegou também que o dinheiro não caiu no caixa da prefeitura. Segundo ele, os 10 milhões de reais nem serão suficientes para revitalizar o canal, como querem os moradores. Para tocar todo o projeto, diz o secretário, a prefeitura necessitaria de 40 milhões de reais.
Formosa não é a única cidade goiana que aparece nos registros oficiais do governo como destinatárias de verbas do orçamento paralelo que já teriam sido repassadas, mas não têm obras em curso. O mesmo ocorre com a pequena Gameleira de Goiás, a pouco mais de 200 quilômetros de Brasília. Como mostrou Crusoé, o município figura como destinatário de 20 milhões. Uma parcela já teria sido repassada, de acordo com os sistemas oficiais do governo federal, mas a prefeitura diz não ter recebido nada.
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Comentários (6)
Suzie
2021-05-24 09:43:53Bom jornalismo de serviço. Isso sim é jornalismo investigativo que ajuda os brasileiros. A gde mídia não faz. Vale investigar cada área, o que (não) está acontecendo e, assim, ajudar os brasileiros a identificar corruptos e corruptela além de discursos oportunistas e eleitoreiros. Se vocês forem pioneiros nessas notícias um dia a gde imprensa se rende. Jornalismo não é, (como a maioria faz) só notas sobre Lula e JB enquanto o dia-a-dia dos brasileiros se esgota na educação, economia, etc.
MARCOS
2021-05-22 19:50:58"Dinheiro na mão é vendaval, é vendaval, não mão de políticos...."
PAULO
2021-05-22 16:55:16A Lava Jato lavou a alma do brasileiro no combate à corrupção. Lula, O MAIOR CORRUPTO DO BRASIL foi preso. Um empresário da envergadura de Marcelo Odebrecht foi preso. A Lava Jato ameaçou o MECANISMO, jesus homem que virou deus através da santíssima trindade: executivo, legislativo e judiciário. Mas o MECANISMO é eterno. Com a chegada do "messias" ao poder, acabaram com a Lava Jato, se reagruparam novamente, e mudaram suas táticas.
Maria
2021-05-22 16:20:3140 milhões não resolve o problema de um canalzinho? Querem fazer um canal do Panamá? Eita Brasil, não tem jeito não.
Magdalena
2021-05-22 12:44:19Cade o TCU pra controlar estes repasses de verbas ?
EDIRVAL
2021-05-22 11:23:33Os vermes engordando e o povo sempre passando por dificuldades.