Lobão, o ‘filho postiço’ e a lavagem de dinheiro por meio de obras de arte

22.06.20 07:33

Acusado de lavar dinheiro com obras de arte, o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, do MDB, tem um suposto “filho postiço” – assim ele é chamado por delatores – que também teve uma pequena galeria apreendida pela Operação Lava Jato.

Trata-se de Carlos Murilo Barbosa. Ele diz que conversava com o emedebista apenas sobre “livros, ideias e matérias jornalísticas” havia mais de 20 anos. Os laços, no entanto, são mais estreitos do que Barbosa quer fazer crer. E os assuntos sobre os quais conversam parecem ser de outra natureza. Barbosa é tido pelos investigadores da Lava Jato como um dos operadores de Lobão.

Suas relações com o emedebista voltaram a ser escrutinadas no final da última semana, quando ele foi alvo de buscas e apreensões pela PF. Com ele, segundo apurou Crusoé, foram encontrados nove quadros, boa parte de artistas renomados. As obras, entre elas uma de dois metros e 70 centímetros de altura, são vistas como instrumento de lavagem de dinheiro de Lobão e pessoas a ele ligadas desde 2017, quando o Supremo Tribunal Federal autorizou a Operação Leviatã, braço da Lava Jato que mirava um esquema de pagamento de propinas nas obras da Usina de Belo Monte – o MP o acusa de receber 2,8 milhões de reais em vantagens indevidas.

Em 2019, o emedebista e seu filho, Márcio Lobão, também foram alvo da Operação Galeria, que levantou novamente a hipótese de lavagem milionária de dinheiro com quadros. Eles acabaram denunciados pela ocultação de 1 milhão de reais, por meio da aquisição das telas.

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