'Discurso de 'se eu perder houve fraude' é discurso de quem não aceita a democracia', diz Barroso
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso (foto), afirmou na tarde desta quinta-feira, 28, que a cantilena de "se eu perder, houve fraude" é um discurso de quem "não aceita a democracia". O ministro reiterou que jamais foram documentadas fraudes nas urnas desde a adoção do sistema de votos eletrônicos, em 1996. Para...
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso (foto), afirmou na tarde desta quinta-feira, 28, que a cantilena de "se eu perder, houve fraude" é um discurso de quem "não aceita a democracia". O ministro reiterou que jamais foram documentadas fraudes nas urnas desde a adoção do sistema de votos eletrônicos, em 1996.
Para Barroso, as urnas eletrônicas consagram a democracia, porque uma das características do regime é a alternância no poder. "Uma fraude exigiria que muita gente no TSE e em toda a Justiça Eleitoral estivesse comprometida. Ia ser uma conspiração de muita gente. E íamos ter dificuldade de produzir consenso nessa fraude. Portanto, não há precedente e não há razão para se mexer no time que está ganhando", declarou.
O magistrado discursou no dia em que Bolsonaro promete apresentar provas de uma suposta fraude no segundo turno das eleições de 2014, quando Aécio Neves, do PSDB, foi derrotado pela petista Dilma Rousseff. Barroso lembrou, desde já, que, à época, houve uma auditoria.
"Desde 1996, jamais se documentou na vida brasileira um episódio de fraude. Em 2014, o candidato derrotado pediu auditoria no sistema. Foi feita a auditoria e o próprio partido e o candidato, que ficou vencido por pouco, diga-se de passagem, reconheceram que não houve fraude. Portanto, isso nunca aconteceu. Na experiência brasileira, nunca se documentou, porque o dia que se documentar, o papel da Justiça Eleitoral é imediatamente apurar. Ninguém tem paixão por urnas eletrônicas, nós temos paixão por eleições livres e limpas", declarou.
Barroso afirmou haver uma crença de pessoas de "boa fé" de que a mudança somente resultaria em um mecanismo a mais de auditoria. O ministro argumentou, porém, que, embora a tese pareça lógica, não é verdadeira, uma vez que o voto impresso é menos seguro que o eletrônico. "Você não cria um mecanismo de auditoria menos seguro do que o objeto que está sendo auditado", pontuou.
O presidente do TSE, então, elencou problemas vinculados à adoção do voto impresso. Barroso lembrou riscos de fraude em meio ao transporte, armazenamento e à contagem, além da quebra de sigilo. "Estamos falando do transporte de 150 milhões de votos em um país em que, em muitas partes, em muitas regiões, você tem problemas de roubo de carga, milícias, facções criminosas. Portanto, teremos que transportar 150 milhões de votos com o risco que isso envolve. Temos que armazenar esses votos, para que não apareçam votos dentro das urnas e, depois, temos que recontar esses votos a mão", comentou.
"Eu fui contemporâneo da época da história do Brasil em que os processos eleitorais eram caracterizados por fraude. As fraudes se materializavam em urnas que desapareciam, em urnas que apareciam grávidas, em votos em branco que viravam votos para candidatos e toda eleição no Brasil tinha a suspeição da fraude. Aquelas mesas apuradoras com contagem manual de votos... Votos apareciam, votos desapareciam, tinha gente que comia votos", prosseguiu, acrescentando que a adoção das urnas eletrônicas pôs fim a um histórico de coronelismo e mapismo.
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Comentários (10)
Jaime
2021-07-31 10:36:02Barroso, seu sacaninha, fica de fora disso. Em vc e em Fux, nós acreditamos e confiamos. Todos nós, conservadores raiz, que acreditamos num Brasil melhor, SABEMOS de que lado vc está. E NÃO é do lado errado. Bolsonaro está fazendo propaganda pro seu eleitorado com essa história de "voto auditavel". Nem ele acredita nisso. A questão é: quando Gilmar Mendes e Lewandowski calam sobre o tema, e homens como VC se manifesta, o lado complicado da Força vence. Deixe Bolsonaro berrar. A luta NÃO é essa.
Heloisa
2021-07-29 22:34:28Porque só agora que o FAMILICIA BolsoNero está surtando a respeito das urnas eletrônicas se o Genocida Sociopata foi eleito com estas urnas ?! Então o mau militar, capitãozinho cloroquina ganhou no tapetão ou foi na duvidosa facada?
Luiz
2021-07-29 19:41:54Eu também acho que esse sistema proposto, votar e a urna imprimir um comprovante, vai dificultar ainda mais. Imagino que , se implantado dessa forma, e um “baú “ dos votos impressos se “perder” e/ou for perdido ou alguns votos sumirem, pronto; tá armada a confusão . Não vai bater com o total eletrônico. E aí? Faz o quê? Anula a urna? Outra eleição? . Sinceramente, o sistema proposto é muito mais sujeito a fraudes e confusão.
José
2021-07-29 19:18:24Urnas eletrônicos!! 100% inviolável! 100% seguras!!
VIDAL
2021-07-29 18:57:58Bolsonaro tem razão sim, em se preocupar com o fato de que, alguns dos que, deram o primeiro golpe em nossa democracia, anulando 07 anos de combate à corrupção, à revelia dos mais comezinhos princípios do Direito Processual Penal e do trabalho promovido por 10 Magistrados de Carreira, diversos Procuradores concursados e doutos e um número incomensurável de Servidores Públicos probo serão os mesmos que julgarão as eleições de 2022. Namastê!
Adriano
2021-07-29 18:34:45A boa agora é Ciro Nogueira Presidente!!! Vamos!!!!!! Vamos mostrar que ele é melhor que o Bolsonaro e logo o governo explode todo!!!!
Patricia
2021-07-29 18:06:24... gente que comia voto! 😂 Lembrei do parlamentar que votou duas vezes na eleição para a presidência do Senado. Nada aconteceu com o trapaceiro. Esse e nosso Brasil.
Márcia
2021-07-29 17:48:42A cantilena de JB, é a derrota, que não admite!
PAULO
2021-07-29 17:37:15Parabéns ao ministro Barroso, por tão bem pontuar os riscos do voto impresso, bem como da dificuldade de operacionalizar a auditoria de de urnas eletrônicas, que gerem um comprovante do voto. Debater com o Bozo é como debater com uma criança, TEM QUE DESENHAR, como disse o Madetta. O Bolsonaro deve apresentar hoje como "prova" de irregularidade nas eleições de 2014, algo que remeta a Lei Benford. Acho importante nosso PR apresentar o que o atormenta. Assim podemos debater e deixar de criancice.
Milton
2021-07-29 16:35:03Data vênia, incompreensível como um PR da república defende o retrocesso do processo eleitoral brasileiro em pleno século XXI. Tem razão o ínclito min. Barroso: com risco real de ser derrotado em 2022 parece apenas querer construir uma narrativa para ‘justificar’ a derrota certa e submeter o país aos humores de radicais, ou seja, criar confusão. O país não aguenta essa verborragia virulenta contra a democracia, pois quem parece cometer crimes em sequência é o PR ao acusar o STF de cometer crime.