Desembargador cita 'invasão da intimidade' ao livrar JBS de entregar contratos com Wassef
O desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, acolheu um habeas corpus do diretor jurídico da JBS, Adriano Claudio Pires Ribeiro, para que a empresa não seja obrigada a entregar à força-tarefa da Operação Greenfield contratos de prestação de serviços advocatícios celebrados com o advogado Frederick Wassef. Em sua decisão, o magistrado...
O desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, acolheu um habeas corpus do diretor jurídico da JBS, Adriano Claudio Pires Ribeiro, para que a empresa não seja obrigada a entregar à força-tarefa da Operação Greenfield contratos de prestação de serviços advocatícios celebrados com o advogado Frederick Wassef.
Em sua decisão, o magistrado afirmou que "não se pode invadir a intimidade da relação cliente/parte, criminalizando o exercício da defesa e exigindo-se a apresentação de contratos e de espelho de comunicações entre cliente e advogado". "Não encontra guarida jurídica a exigência de entrega de contratos advocatícios e de e-mails que tratem do mérito de quaisquer causas licitamente patrocinadas!"
"Se há suspeita da natureza da própria relação cliente/advogado, a investigação deve fincar-se nas condutas eventualmente ofensivas à ordem jurídica, não na relação de confiança entre a parte e aquele que a defende", anotou.
Os procuradores, no entanto, têm ressaltado à Justiça que nunca solicitaram documentos que envolvam a comunicação, correspondência, relacionamento ou estratégia de defesa entre advogado e cliente, que são protegidos pelo sigilo profissional. O MPF apenas pediu documentos que comprovem que o advogado, de fato, prestou serviços à empresa.
Os pagamentos de 9,8 milhões de reais da JBS a Frederick Wassef, entre 2015 e 2020, foram revelados pela revista Crusoé. A reportagem também mostrou que, com ajuda do presidente Jair Bolsonaro e do procurador-geral, Augusto Aras, Wassef foi recebido na PGR para tentar salvar os acordos de delação premiada dos irmãos Batista. Como não tinha sequer procuração da JBS, Wassef foi dispensado pelo subprocurador-geral José Adonis Callou de Araújo Sá, então chefe do grupo de trabalho da Lava Jato na PGR.
Diante dessa informação, a força-tarefa, responsável pelo acordo de leniência da J&F, pediu que a holding esclarecesse os pagamentos em até cinco dias. Em ofício, a JBS afirmou aos investigadores que não entregaria os documentos. A resistência em entregar os documentos emperrou audiências entre procuradores e advogados da holding, em um processo que pode ameaçar o acordo de leniência. O MPF, que já estava descontente com o descumprimento do acordo por outras razões, desistiu de vez de retomar o diálogo com os advogados.
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Comentários (10)
Heloisa
2020-09-17 09:49:40É tem muita autoridade preocupada com a intimidade alheia com muito carinho, será sintoma grave de que neste angu tem mais “intimidade” encaroçada...?!
Wilson
2020-09-17 08:33:12É simples. Joga-se o acordo na lata de lixo.
EDVALDO
2020-09-16 19:31:21Será q esse ai levou alguma coisa tb ?
JOSE
2020-09-16 17:40:45O Mal, como sempre, está vencendo o Bem.
RICARDO
2020-09-16 17:26:26Essa empresa tem a maior zaga do mundo.
Roberto
2020-09-16 17:22:07Vá entender... Certo é que o Direito oferece guarida para toda e qualquer tese, basta escolher uma...
Rosileine
2020-09-16 17:09:40concordo com o colocado abaixo, quer a verdade? prendam os irmãos J&B , são covardes logo abrem o bico
Oswaldo
2020-09-16 16:56:05Corrupção explícita
FRANCISCO
2020-09-16 16:44:32Relação escandaloza. Quem não deve não teme. Mostra os documentos. E por favor, devolvam o dinheiro ao BNDS
JOSÉ
2020-09-16 16:44:15Cara lambida.