Deputado apresenta moção de repúdio à base governista por rejeitar convocação de irmão de Lula
O pedido de convocação foi rejeitado por 19 votos a 11, indicando que a base governista atuou de forma coordenada

O deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES) protocolou uma moção de repúdio contra a base governista na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS, que rejeitou a convocação de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Lula. A oitiva havia sido solicitada em meio às investigações sobre suspeitas de fraudes em descontos previdenciários.
O pedido de convocação foi rejeitado por 19 votos a 11, indicando que a base governista atuou de forma coordenada para blindar o irmão do presidente da República.
No requerimento, Donato afirma que a decisão dos parlamentares aliados ao governo “blindou um parente do chefe do Executivo”, comprometendo, segundo ele, a transparência e a imparcialidade dos trabalhos da comissão. O documento destaca que a rejeição “constitui grave afronta aos princípios da moralidade administrativa, da igualdade perante a lei e da responsabilidade pública”.
Para o deputado, a postura da base governista representa uma tentativa de obstrução das investigações e “mina a confiança da sociedade nas instituições públicas”. Ele argumenta ainda que cabe à Câmara dos Deputados fiscalizar o Executivo de forma “isenta e rigorosa”, garantindo que comissões parlamentares de inquérito atuem sem interferências políticas.
“É imprescindível que esta Casa se posicione com firmeza contra qualquer tentativa de proteger interesses particulares ou familiares que possam interferir no cumprimento da missão constitucional de fiscalização e transparência”, escreveu Donato.
A moção de repúdio ainda depende de aprovação pelo plenário da Câmara.
O presidente da CPMI do INSS, Carlos Viana (Podemos-MG), não descartou, na noite desta quinta-feira, 16, colocar em votação um novo pedido de convocação de Frei Chico.
"Se nós tivermos informações claras de que há movimentação financeira que envolva o nome de qualquer pessoa nessa República vai ser reapresentado”, disse Viana, em coletiva.
“Teria sido muito bom se a base do governo nos tivesse permitido, desde a semana passada, convocar todos os nomes que estão na CPMI. Mas como isso não aconteceu, nós vamos continuar investigando, vamos continuar usando as quebras de sigilo para que a gente possa dar respostas à população brasileira”, acrescentou o parlamentar.
Já em post nas redes sociais, Viana reafirmou que a rejeição do pedido de convocação de Frei Chico não significa uma 'absolvição' do irmão de Lula.
"A rejeição da convocação do Frei Chico não significa absolvição, significa apenas adiamento. Na CPMI, nada está encerrado até que todas as conexões estejam expostas. E neste caso, há indícios claros de relação entre o sindicato ligado a ele e o esquema de fraudes que lesou milhões de aposentados", declarou ele.
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