Rodolfo Buhrer/La Imagem/Fotoarena/Folhapress

Deltan critica Gilmar: ‘Parte do STF segue lema de não deixar punir corruptos’

15.02.22 18:51

Ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol (foto) criticou nesta terça-feira, 15, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, por uma investida pela investigação do juiz Marcelo Bretas e de procuradores da extinta força-tarefa no Rio.

Crítico ferrenho da operação, Gilmar decidiu encaminhar ao Conselho Nacional do Ministério Público uma delação ainda não homologada em que o advogado José Antônio Fichtner alega ter sido vítima de “tortura psicológica” exercida pelos nomes ligados à Lava Jato fluminense.

Irmão do ex-secretário do governo do Rio Régis Fichtner, José ainda diz no acordo que recebeu do advogado Nythalmar Dias Ferreira uma suposta oferta de influência junto a Bretas, responsável por julgar as ações que o envolviam na 7ª Vara Federal Criminal do estado.

Nas redes, Dallagnol rebateu as falas de Fichtner e avaliou que elas lembram uma “ladainha de que réus presos eram pressionados a colaborar“, muito embora mais de 80% dos acordos tenham sido celebrados com alvos soltos.

O ex-procurador pontuou que Gilmar jamais aceitou o uso do acervo de um acordo não homologado contra “corruptos que desviaram bilhões“, mas não titubeou em fazê-lo com a mira no juiz federal e em procuradores. “Todos sabem que as provas de uma delação só são usadas após ser assinada e se for assinada“, argumentou.

Para o ex-coordenador da Lava Jato, “o sistema está doido para punir os procuradores e juízes que trabalham contra a corrupção”. “O lema do STF deveria ser não roubar, não deixar roubar e punir quem rouba. Parte do STF segue outro lema: não punir, não deixar punir e punir quem pune“.

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