Crusoé 354: A caixa-preta do Judiciário
Polícia Federal desvenda submundo da venda de sentenças

Ao longo da primeira semana de fevereiro, marcada pela retomada das atividades do Poder Judiciário, o presidente do STF e principal representante da magistratura no país, Luís Roberto Barroso, alardeou aos quatro cantos a retidão de seus pares, ao defender, por exemplo, o pagamento de supersalários a integrantes de Tribunais Superiores e dos tribunais estaduais e regionais.
“Nós somos contra todo o tipo de abuso e a Corregedoria Nacional de Justiça, liderada pelo ministro Mauro Campbell Marques, está atenta. Mas é preciso não supervalorizar críticas que muitas vezes são injustas ou frutos da incompreensão do trabalho dos juízes”, disse Barroso.
De fato, algumas críticas podem ser fruto da incompreensão do trabalho jurisdicional no país. A questão ganha outros contornos quando o presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça, CNJ, cuja função é aprimorar o trabalho do Judiciário, furta-se de considerar os abusos dos seus colegas.
Já no início de 2025, vieram à tona informações que expõem, de forma sintomática, o que se passa nos bastidores dos tribunais.
No Maranhão, a Polícia Federal desarticulou uma organização criminosa especializada em venda de sentenças envolvendo 23 pessoas.
Entre os supostos envolvidos no esquema estão dois juízes, três desembargadores (os juízes de segunda instância) e um ex-deputado federal.
A Polícia Federal fala em crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O grupo teria fraudado a liberação de alvarás judiciais que chegam a 18 milhões de reais, revela a reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Wilson Lima.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)