Marcelo Camargo/Agência Brasil

Contratos de R$ 76 mi que levaram à Operação Gaveteiro eram contestados desde 2017

06.02.20 12:33

Os contratos do Ministério do Trabalho com a empresa B2T Business to Technology, que estão no centro da Operação Gaveteiro da Polícia Federal, são alvo de contestações desde 2017. Em uma auditoria, a Controladoria-Geral da União apontou que o negócio com a B2T foi “uma contratação eivada de vícios, como falhas no planejamento, direcionamento, sobrepreço e superfaturamento nas aquisições e serviços”. Os contratos do ministério com a empresa de tecnologia da informação somaram 76 milhões de reais. O escopo previa o combate a fraudes no seguro-desemprego.

O então ministro Ronaldo Nogueira (foto), que comandou a pasta até o fim de 2017, permitiu a continuidade do contrato com a empresa, apesar dos alertas de ilegalidades na contratação. Com a medida, mais de 32,8 milhões de reais que seriam investidos na área de TI da pasta foram remanejados para pagamentos à B2T.

Um dos pontos que mais chamam atenção na auditoria é o pagamento por horas de trabalho a funcionários escalados pela empresa. Em um dos casos, um técnico faturou 126 mil reais por 22 dias de trabalho. A CGU entendeu que o Ministério do Trabalho, à época, direcionou a concorrência pública para favorecer a B2T.

Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal deflagrou a Operação Gaveteiro e cumpriu dois mandados de prisão e 41 de busca e apreensão. Um dos alvos das buscas foi o ex-ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira, que hoje preside a Funasa.

Entre os alvos, estão ainda Pablo Tatim, ex-assessor de Onyx Lorenzoni, e o ex-deputado federal Jovair Arantes. A Justiça determinou o bloqueio de 76 milhões de reais dos investigados, o equivalente ao valor dos contratos do Ministério do Trabalho com a B2T.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. incrível a montanha recursos dos contribuintes desviadas e sempre os mesmos independentemente partido. Essência deles é esquemão pra passar mão, fica um meu irmão. So bestão do povão.

    1. Hoje temos partidos decentes para votar. Novo, Podemos e Cidadania não estão envolvidos em corrupção e sempre votam contra os abusos do Congresso.

  2. o brasil vai mal, está na uti da ética e valores sociais; ao contratar empresa para combater fraudes no seguro desemprego eis que outra fraude vem sangrar o dinheiro que é público; ladrões com e sem mandato, "empresários" contratados pelo poder público!

    1. Disseste tudo Paulo Renato. Parece que não sairemos desse mar de lamas.

Mais notícias
Assine agora
TOPO