Marcello Casal Junior/Agência Brasil

Contas do governo fecham 2020 com rombo recorde de R$ 743,1 bilhões

28.01.21 14:56

As contas do governo central, formado por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, fecharam o ano de 2020 com um déficit de primário de 743,1 bilhões de reais, no pior resultado da série histórica, iniciada em 1997. No mesmo período de 2019, o rombo foi de 95,1 bilhões de reais. Os dados constam de relatório divulgado na tarde desta quinta-feira, 28.

Apesar de recorde, o número é melhor do que as projeções apresentadas pelo Ministério da Economia no mês passado. Na ocasião, a pasta estimou um rombo 831,8 bilhões de reais ao fim do ano, próximo a 11,5% do PIB.

O déficit primário ocorre quando as despesas superam as receitas. No acumulado no ano de 2020, os valores recolhidos pelo governo federal caíram 13,5%, enquanto os gastos cresceram 31,1%.

O resultado de 2020 decorreu, principalmente, do aumento das despesas do Poder Executivo para a adoção de medidas de combate à pandemia do novo coronavírus. Conforme o relatório, as despesas com o enfrentamento da crise sanitária totalizaram 520,9 bilhões de reais no ano passado.

Apenas em dezembro, as contas do governo central registraram um rombo de 44,1 bilhões de reais. O resultado foi melhor que a mediana das expectativas da pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Economia, que indicava um déficit de 59,5 bilhões de reais.

Em meio às combalidas contas públicas, o Tesouro considera o cumprimento do Teto de Gastos em 2021 um “grande desafio“, mas “factível“. No relatório, diz-se que a manutenção da regra trata-se da “melhor estratégia para a retomada do processo de consolidação fiscal“.

O Teto de Gastos tornou-se ainda mais relevante e necessário com o aumento do endividamento público, provocado pelas medidas de combate aos efeitos da pandemia de Covid-19 e, por consequência, do maior esforço fiscal futuro para retomar as finanças públicas em patamares sustentáveis e prudentes“, ressalta o documento.

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