Conib lamenta discurso de Lula na ONU: "postura desequilibrada"
"O governo Lula parece querer adaptar a tradição de equilíbrio da política externa brasileira a essa sua guinada radical de aproximação com o Irã", diz a nota
A Confederação Israelita do Brasil, Conib, divulgou uma nota nesta terça, 29, lamentando o discurso de Lula na Assembleia-Geral da ONU (foto).
"A Conib lamenta a postura desequilibrada do governo brasileiro em relação aos trágicos conflitos no Oriente Médio, como formulada pelo presidente Lula na sua fala na ONU. O presidente mostra simpatia com vítimas do conflito em Gaza e no Líbano, mas ignora as vítimas de Israel. Esquece que esses conflitos foram iniciados pelos grupos terroristas Hamas e Hezbollah (sustentados pelo Irã) e esquece que Israel está se defendendo", diz a nota.
"Durante 11 meses, o Hezbollah atacou o Norte de Israel indiscriminadamente, matando 12 crianças israelenses que jogavam futebol. O Brasil tornou-se aliado de primeira hora do regime iraniano, um pária internacional que tortura e mata seus cidadãos e persegue mulheres e a comunidade LGBTQIA+. Por que o Brasil não usa essa proximidade com o Irã em favor da paz, fazendo gestões para deter os ataques do Hezbollah e assim encerrar o conflito libanês? Infelizmente, o governo Lula parece querer adaptar a tradição de equilíbrio da política externa brasileira a essa sua guinada radical de aproximação com o Irã. O Brasil todo paga por isso com o nosso crescente desprestígio e descrédito na arena internacional."
Em seu discurso, o petista afirmou que Israel estaria em busca de um "direito de vingança" ao promover uma "punição coletiva de todo o povo palestino".
"Em Gaza e na Cisjordânia, assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente, e que agora se expande perigosamente para o Líbano. O que começou como ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes, tornou-se punição coletiva de todo o povo palestino. São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças. O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, que impede um acordo para a liberação de reféns e adia o cessar-fogo", disse Lula.
Não há punição coletiva de todo o povo palestino, mas uma guerra contra dois grupos terroristas. Também não há evidências de que a maior parte das vítimas seja de "mulheres e crianças", como afirma Lula.
Coragem para criar o Estado palestino
O presidente também escorregou nesta segunda, durante um evento da Fundação Bill e Melinda Gates.
"A ONU, quando foi criada, tinha 51 países que eram sócios da ONU. Agora tem 193. Significa que mais de 140 não participaram quando ela foi criada. E a ONU, que quando foi criada, teve força para criar o Estado de Israel, não tem coragem de criar o Estado palestino”, disse Lula.
Mas a ONU não pode ser criticada por não ter criado o Estado palestino. Quem não criou o Estado palestino foram os árabes que habitavam a Palestina e, em vez de fundar um Estado próprio, entraram numa guerra com outros países para destruir o recém-criado Estado de Israel.
Leia em Crusoé: A ignorância reiterada de Lula sobre o Oriente Médio
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