Como o cerco da PGR à Lava Jato beneficia petistas e tucanos
A guerra aberta pela Procuradoria-Geral da República contra a Lava Jato tem como principal alvo a "matriz" de Curitiba, mas o desmonte das forças-tarefas dedicadas a combater o maior esquema de corrupção já descoberto no país deve produzir um impacto ainda pior na "filial" de São Paulo, onde os inquéritos envolvem, principalmente, os esquemas do...
A guerra aberta pela Procuradoria-Geral da República contra a Lava Jato tem como principal alvo a "matriz" de Curitiba, mas o desmonte das forças-tarefas dedicadas a combater o maior esquema de corrupção já descoberto no país deve produzir um impacto ainda pior na "filial" de São Paulo, onde os inquéritos envolvem, principalmente, os esquemas do PT e do PSDB.
A maior ameaça às investigações está na extinção da dedicação exclusiva dos procuradores que compõem as forças-tarefas, justamente uma das chaves do sucesso da Lava Jato. A intenção ficou evidente na última última sexta-feira, 24, quando a PGR lançou um edital para recrutar colaboradores para os grupos de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília. Nenhum deles terá exclusividade no combate à corrupção.
Com o argumento de que é preciso dar continuidade ao serviço público, mas reduzir despesas por causa da lei do teto dos gastos aprovada em 2016, a PGR pretende lotar as forças-tarefas com novos investigadores que desconhecem a fundo o sofisticado mecanismo de corrupção e que terão de conciliar as complexas investigações com seus trabalhos habituais no Ministério Público Federal.
São Paulo é um exemplo concreto do estrago que o plano de Augusto Aras pode provocar na Lava Jato. Nos dois anos em que atuou sem procuradores com dedicação exclusiva, entre 2017 e 2018, a força-tarefa paulista realizou uma única operação. O grupo, inclusive, foi alvo de críticas por causa da lentidão nas apurações. A partir de 2019, quando cinco procuradores passaram a se dedicar exclusivamente aos inquéritos, oito operações foram realizadas, como a que levou à denúncia contra o senador José Serra, do PSDB, no início do mês.
O cerco da PGR à Lava Jato atinge São Paulo justamente no período em que as investigações começaram a deslanchar. São mais de 100 procedimentos em curso dentro do grupo que conta com apenas oito procuradores. No início do ano, membros da força-tarefa foram até Brasília pedir reforços a Augusto Aras, mas as decisões do chefe do MPF foram no sentido contrário.
Em junho, a PGR negou a prorrogação da dedicação exclusiva de uma das procuradoras da força-tarefa paulista, que agora tem que conciliar a investigação sobre pagamentos de 20 milhões de reais de propina do Banco Paulista a funcionários do Banco Central, durante os governos do PT, com audiências sobre tráfico de drogas e questões indígenas em Naviraí, no Mato Grosso do Sul.
Outros dois procuradores tiveram suas designações estendidas somente até agosto, apesar do pedido de prorrogação por mais um ano. Assim, a partir de setembro, a força-tarefa da Lava Jato de São Paulo deve ficar com apenas três procuradores com dedicação exclusiva, o que, na visão dos investigadores, compromete significativamente o andamento dos inquéritos e aumenta as chances de prescrição dos crimes investigados.
Entre os casos que serão afetados pelo desmonte da força-tarefa estão dezenas de anexos das delações das empreiteiras Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez, que envolvem políticos tucanos como José Serra e Aloysio Nunes, e da colaboração do ex-ministro Antonio Palocci, que narra uma série de crimes que teriam sido praticados pelo PT. Há ainda na lista as supostas propinas pagas por gigantes como Oi e Qualicorp às empresas de dois filhos do ex-presidente Lula. Uma delas, a Gamecorp de Fábio Luis, o Lulinha, foi enviada da força-tarefa de Curitiba para São Paulo por decisão da Justiça e está parada.
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Comentários (10)
Eduardo Duprat
2020-07-30 19:30:23Não é o filho do presidente que o Aras está pensando em proteger. A Lava Jato está preocupada e atrás dos filhos do Lula, do senador José Serra, Aloísio Nunes, e todo o esquema de corrupção envolvendo as empreiteiras. E essa preocupação preocupa muito o pessoal do STF e do Congresso Nacional. Esse negócio de governo, que não distribui dinheiro para políticos e companhia e ainda não permite corrupção, não está com nada. "O negócio é o impeachmant do Bolsonaro!"
Antonio
2020-07-30 16:38:37Convido os leitores dessa porcaria a tira um tempo e vê este vídeo bem esclarecedor ! https://www.youtube.com/watch?v=7AmO4ltRXZo&feature=youtu.be
Danton
2020-07-29 23:31:10Náusea total!!!
Maria
2020-07-29 22:18:12Percebam o cenário se descortinando: O Aras cumpre ordem do Bolsonaro para acabar com a lava jato , legado de Sérgio Moro . 2- Grão Mestre da Máfia da Corrupção Suprema Dias Toffoli foi á TV. Ontem lançando uma tese que juiz ou promotor devem cumprir 8 anos de quarentena para se tornarem candidatos. TUDO COMBINADO COM O BOSTONARO QUE ESTÁ SE CAGANDO DE MEDO DE PERDER PRO MORO EM 2022. Só não vê quem não quer!!!
FRANCISCO
2020-07-29 21:26:21Na Procuradoria Geral do Bolsonaro, o ambiente é incestuoso!
Vera
2020-07-29 14:47:49É revoltante perceber que pessoas públicas relevantes estejam em conluio com os corruptos! A Lava Jato deve continuar.
Francisco
2020-07-29 13:15:47O que Aras está fazendo é crime. É preciso freio para evitar que pessoas desqualificadas lesem os cidadãos e contribuintes. Aras devia está preso.
Lucia
2020-07-29 12:21:03Total desmonte da Lava-Jato! Um posicionamento claríssimo que define o caráter do sr Aras.
Izaias
2020-07-29 12:10:23Percebe-se claramente a ação em prática para liquidar a ação do Lava-Jato !!!!
Rafael
2020-07-29 11:55:58Sempre desconfiei do Aras, sabia que era um Petista na PGR