Com maior acordo comercial do mundo, China abre mercado em troca de influência política
A China e outras 14 nações da Ásia assinaram no domingo, 15, o maior acordo de livre comércio do mundo, englobando 30% do PIB mundial. A assinatura foi feita por líderes dos diversos países em uma videoconferência. O representante da China no evento virtual foi o primeiro-ministro Li Keqiang (na foto, à esquerda). Segundo a...
A China e outras 14 nações da Ásia assinaram no domingo, 15, o maior acordo de livre comércio do mundo, englobando 30% do PIB mundial. A assinatura foi feita por líderes dos diversos países em uma videoconferência. O representante da China no evento virtual foi o primeiro-ministro Li Keqiang (na foto, à esquerda).
Segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, trata-se de uma vitória do multilateralismo sobre o protecionismo. Agora, a China soma 19 acordos de livre comércio, com 26 países.
"O sonho de qualquer país é ter acesso ao gigantesco mercado chinês. Para a China, o ganho é principalmente na sua influência política na região", diz Dorival Guimarães Pereira Jr., professor de relações internacionais do Ibmec, em Belo Horizonte. Com o tratado, espera-se que a repressão aos movimentos democráticos em Hong Kong ou ações belicosas no Mar do Sul da China recebam menos condenações entre os países que estreitaram os laços comerciais com Pequim.
Com o RCEP, a China aproveitou o vácuo deixado pelos Estados Unidos quando, em 2017, o presidente Donald Trump retirou seu país da Parceria Transpacífico, que estava sendo costurada pelo seu antecessor, Barack Obama. O democrata tinha como objetivo selar um acordo de livre comércio com onze países do Oceano Pacífico, deixando a China de fora. "Trump ignorou a teoria das vantagens comparativas com o intuito de produzir mais em casa. A China se aproveitou dessa debandada e conseguiu atrair aliados dos americanos, como Japão, Austrália, Coreia do Sul, Singapura e Nova Zelândia", diz o economista Roberto Dumas Damas, do Insper, em São Paulo. "O que Trump fez foi fazer a China grande de novo", brinca.
Ao assumir a presidência em janeiro, Joe Biden terá um desafio pela frente. Apesar das vantagens que o comércio internacional traz aos países, o democrata não terá liberdade para seguir nessa direção e retomar a Parceria Transpacífico. "A vitória de Biden no Cinturão da Ferrugem, no Wisconsin, no Michigan e na Pensilvânia, foi essencial para que ele ganhasse a eleição. Nesses estados, os eleitores querem, entre outras coisas, que os Estados Unidos abandonem esses acordos internacionais para estimular a produção interna", diz Damas.
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Comentários (6)
Gervásio
2020-11-18 10:57:17Amigos minha assinatura está em dia e vcs insistem em me avisar que está atrasada. Já debitou na fatura do cartão Visa de novembro /2020. Por favor tira esse aviso
Norival
2020-11-18 06:02:35Nosso caminho é crescermos com a China.... não ficarmos procurando encrenca com ela .... juízo BOZO.
André
2020-11-17 20:49:36E quando esses porcos chineses vão indenizar a humanidade, pelo holocausto provocado por eles?
MARCOS
2020-11-17 19:21:45Esse nosso presidente está fazendo de tudo para afastar a China. Ele Está dando um tiro no pé, e vai causar a própria derrota.
NESTOR
2020-11-17 18:37:52Só burros não percebem que a China vai dominando os mercados mundiais. Os mais burros insistem em provocar nosso maior cliente. A China já está criando na Africa, novos fornecedores de grãos e vamos enfiar nossos produtos....
Jose
2020-11-17 15:37:36A outra frentte chinesa é a África. Eles estão lentamente apoiando os países africanos a se tornarem potências no agronegócio. Qual a razão? Eles não querem ficar nas mãos dos ruralistas brasileiros. Como eu sempre falo: basta apenas uma assinatura do Keqiank que a economia brasileira vai para o farelo. Quem dará a caneta bic para ele derrubar o Bozo?