Foto: Ian Cheibub/Folhapress

Clima tenso marcou depoimento de Witzel interrompido por liminar

16.07.20 10:23

O governador do Rio, Wilson Witzel (foto), já falava havia mais de uma hora aos procuradores e policiais sobre as suspeitas de corrupção em contratos emergenciais do seu governo quando a notícia sobre a liminar suspendendo o depoimento chegou até a sala do Ministério Público Federal no Rio, no meio da tarde da última sexta-feira, 10.

A decisão foi assinada às 15h02 daquele dia pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha. O ministro atendeu a um pedido da defesa do governador, que alegou não ter tido acesso à íntegra do inquérito no qual Witzel é investigado pela Procuradoria-Geral da República por suspeita de participação nos desvios.

Imediatamente, Witzel parou de responder às perguntas e decidiu que não continuaria a oitiva, que havia começado às 14h. O clima esquentou na sede do MPF. Os investigadores ficaram mais de uma hora insistindo para que o chefe do executivo fluminense assinasse o termo de depoimento incompleto, ratificando o que ele havia dito até aquele momento.

A defesa de Witzel, contudo, afirmou que a decisão de Noronha havia tornado aquele depoimento nulo. Após o bate-boca, o governador deixou o local sem assinar qualquer documento e um novo depoimento deve ser marcado. 

Witzel não teve o mesmo sucesso na tentativa de suspender o processo de impeachment do qual é alvo na Assembleia Legislativa do Rio. O Tribunal de Justiça fluminense negou nesta quarta-feira, 15, o pedido feito pela defesa do governador, que alegava haver falta de provas de acusação e irregularidades na tramitação do processo dentro da Alerj.

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