Agência Brasil

Cabral associa promoção de ministro do STJ a operador

26.02.19 16:39

No depoimento em que finalmente admitiu que recebia propina, o ex-governador Sérgio Cabral citou a promoção de um ministro do Superior Tribunal de Justiça como uma “conquista política” de Régis Fichtner, um dos principais operadores de seu esquema de corrupção.

Aos procuradores, o político condenado a quase 200 anos de prisão deu detalhes da trajetória de Fichtner, que além de operar o esquema de propina no Rio era seu interlocutor com o mundo jurídico. Ele foi chefe da Casa Civil do governo do Rio.

No depoimento, prestado à Lava Jato em 21 de fevereiro, o ex-governador disse que o primeiro sucesso de Fichtner na política foi emplacar a promoção de um juiz de primeira instância a desembargador. Disse ele: “Uma das primeiras conquistas de Regis em sua atuação política foi a promoção de Bellizze a desembargador”.

Trata-se de Marco Aurélio Bellizze, juiz de carreira promovido a desembargador e, depois, nomeado para uma vaga no STJ em 2011 com o apoio de Cabral.

Cabral aproveitou para deixar recados ao círculo jurídico que se aproximou dele quando estava no auge. “Regis sempre levava, no período da Alerj, candidatos a cargos de desembargador, e, quando no Senado, candidatos a cargos de ministros de tribunais superiores; que Regis funcionava como assessor e consultor jurídico”, afirmou.

Quando Cabral foi eleito presidente da Assembleia do Rio, Regis Fitchner foi nomeado como procurador-geral da casa. Depois, com a ascensão política do emebedista, o operador o acompanhou — a ponto de ser um dos homens fortes de seu governo.

O depoimento marca uma inflexão na postura de Sergio Cabral, preso desde novembro de 2016 pela Lava Jato.

Depois de meses negando peremptoriamente ter recebido propina e de recorrer a eufemismos para explicar pagamentos suspeitos descobertos pela operação (ele dizia, por exemplo, que aquilo que os procuradores entendiam como propina nada mais era do que sobra de campanha), o ex-governador finalmente admitiu aos procuradores que se beneficiou de dinheiro sujo.

“A iniciativa de ser ouvido no MPF de fato partiu do depoente e de sua defesa, indo ao encontro de uma nova postura que pretende adotar frente às investigações, que quando se iniciou a operação Lava Jato era cético quanto às probabilidades de sua condenação”, disse.

Em nota enviada a Crusoé por sua assessoria, o ministro declarou o seguinte: “O ministro Marco Aurélio Bellizze informa que sua promoção para desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ocorreu em 2004, quando o ex-governador Sérgio Cabral sequer tinha assumido o cargo. Esclarece ainda que a sua escolha foi feita pelo Órgão Especial daquela corte, atendendo critério de merecimento dentre o terço de juízes mais antigos em 2004, depois de ter constado três vezes em lista entre os mais votados, o que tornou sua promoção automática”.

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  1. Está chegando a hora da lava jato vir com a operação Lava Toga no poder judiciário e no STF, EMPICHAR os ministros;Tofoli, Gilmar e Levandoviski

    1. Aí, sim!!! Será uma catarse para o povo brasileiro!!!🇧🇷🇧🇷

  2. Se fosse Lula fazendo um "mea culpa" deste, fico imaginando a petralhada histérica, apontando para a TV e gritando: " É MENTIRA!"

  3. Essa corja nem desejo perder meu tempo em ler nada sobre eles. Só me interesso quando inserirem que todos retornaram aos cofres públicos o que roubaram com correção monetária.Isso nos interessa!

  4. Quer dizer que quando chega nos Tribunais Superiores, a lama, querem escondê-la, nada disso, quem deve tem que pagar ou são intocáveis, pau que bate em Chico tem que bater em Francisco, não é? Então, MPF e PGR chegou a hora de denunciar os envolvidos em todos os Poderes, não é seu Tofoli?

  5. Abre o bico quando interessa. Já deu tempo para esconder muitas provas. Pobre esposa, sempre a última em saber. Cá pra nós uma advogada de prestígio, circulando com políticos, jóias e a farra dos guardanapos em Paris e não sabia de nada???? Pinochio e Papai Noel existem.

  6. Ainda bem que temos a Crusoé e sua veia efetivamente crítica. Nos jornalões de TV nenhuma menção ao "desembargador".

  7. Vamos ver se sai a Lava Toga !! Vão tachar o depoimento, desse pilantra, como apenas "magoas de um prisioneiro" ?? Gilmar já deve estar com alguma insônia...

    1. operação lava togas e fundamental para mudar o rumo do Brasil.

  8. Não se deve acreditar em Cabral. Esse torturador do povo carioca e em última instância algoz de todos nós braseiros, pela sua periculosidade e de sua família, vai abrir a boca falando toda a verdade, somente sob açoite.

  9. O Cabral precisa entregar o seu mentor...As vindas de Lulladurante as obras do Maracanã aqui no Rio de Janeiro foram muitas e todas de Helicopeteropousando dentro do Maracana...Ele sabe muito mais....

    1. Crusoé só se interessaria se tivesse algum filho do Presidente na história...

  10. O Cabral foi um dos políticos mais poderosos do país. A quem duvide que supostos “intocáveis” como o Gilmar e alguns outros “togados” politicamente, possam escapar da avalanche moral e ética que vem varrendo o país, aconselho que se lembre apenas de um pequenino detalhe: “O Lula tá preso, babaca”!

  11. Em não havendo delação, não há compromisso com a verdade. Mas, cabe uma rigorosa investigação sobre os relatos do vagabundo !!! Vamos lavar as togas putrificadas !!!

  12. É necessário fazer a lava toga, tem muita sujeira debaixo deste tapete. O que temos no Brasil é um Poder Judiciário corporativista, ineficiente e que não atende os interesses do cidadão.

  13. Hj nso foi um dia bom para a justiça, Dalagnol escancara um pedido de sigilo de Paulo Preto e Cabral solta o verbo. Tem muita gente que vai perder o sono, especialmente aqueles que são escolhidos pelos réus para que julguem seus HCs.

  14. Agora sim talvez tenhamos a nova etapa da “TOGA EM VOGA” nas denúncias de corrupção. Conto os dias pra que chegue aos três ministros do STF libertários.

  15. O cerco está fechando, nenhum poder está acima da Constituição. Vou assistir de camarote a queda daqueles que ocupam o poder e nada fazem para defender os valores republicanos. Afinal Democracia é incompatível com Impunidade. Não vamos permitir que jogue fora a democracia, vamos exigir a intolerância com a corrupção nós três poderes, o STF incluído.

    1. É o ex-governador que cita Fichtner no relato. Não é Fichtner, se é esta a dúvida. Nem a Crusoe. Os dois últimos ainda não foram chamados a depor. kkkkkkk

  16. Quantos malandros ajudamos a serem eleitos. Pegos, se foram o dinheiro, o poder, o fausto,e ficou a pecha de ladrão. Ainda bem que a vida tem um prazo de validade.

  17. Pelo visto, todos esses "jurídicos" estão com o rabo preso. Cabral já manda seus recados disfarçadamente e cada um deles veste a carapuça que lhes serve.

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