Marcos Corrêa/PR

‘Se me afastar de parlamentares que têm inquéritos, perco metade do Congresso’, diz Bolsonaro

26.07.21 18:01

O presidente Jair Bolsonaro rebateu a polêmica em torno da escolha do senador e presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira (foto), para o comando da Casa Civil, vinculada ao Planalto.

O chefe do Executivo minimizou o fato de o parlamentar responder a cinco inquéritos originados da Lava Jato e declarou que as pessoas podem ser consideradas culpadas somente depois de esgotados os recursos possíveis contra sentenças.

Questionado em entrevista à Rádio Arapuan se, do ponto de vista moral, a nomeação de Ciro Nogueira “pegaria bem“, Bolsonaro argumentou que trabalha junto a políticos enviados a Brasília por meio da população, que os elege nas urnas.

Se eu afastar do meu convívio parlamentares que são réus ou têm inquéritos, perco quase metade do parlamento“, comentou o presidente, lembrando que responde a ações por apologia ao estupro e injúria em razão de declarações sobre a deputada Maria do Rosário.

Então, eu acho que todos nós só somos culpados depois de a sentença transitar em julgado. Então, se o Ciro ou qualquer outro ministro meu for julgado e condenado, obviamente a gente afasta do governo. Mas, no momento, é o que eu tenho para trabalhar aqui em Brasília. Essa é uma realidade. Falei isso em vídeo: que eu iria governar com as armas da democracia e não seria um ditador, que os parlamentares que o povo mandasse para cá é com esses que eu teria que trabalhar e fazer com que os projetos nossos viessem a ser aprovados“, emendou.

Bolsonaro disse, porém, que não vê similaridades entre o governo dele e as gestões Lula e Dilma Rousseff, marcadas pela distribuição de cargos ao Centrão. “Eles distribuíram estatais a partidos políticos: a Petrobras, os Correios, o BNDES, a Caixa Econômica, Banco do Brasil. Nada disso está nas mãos de políticos no meu governo. Então, há uma diferença enorme entre o que Lula e Dilma fizeram no ano passado e o que eu faço agora. Não é a mesma coisa. A gente busca, pelo entendimento, soluções para os problemas do Brasil”.

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