Bolsonaro se impõe com "Fora Lula 2026"
Ex-presidente não detalhou por que o pedido de impeachment de Lula deve ficar de fora das manifestações, mas o ato de Belo Horizonte já sumiu do mapa por conta disso

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) não sustentou os protestos pelo impeachment de Lula. A estratégia de Jair Bolsonaro (ao centro na foto), que convocou um inusitado "Fora Lula 2026" para 16 de março, vai se impondo.
"Como eu não estava organizando a manifestação em BH, não tinha o poder de cancelar ou não. Somente de apoiar - como estava fazendo. E até então, estava mantida. Agora, não mais, pelo que soube, junto com vocês aqui", comentou Nikolas em post no X no sábado, 22.
Seguidores do deputado lamentaram o que foi classificado por um deles como "subserviência à Família Bolsonaro".
Leia também: Lula e Bolsonaro nas cordas
Só em 2026?
Depois de Bolsonaro divulgar um vídeo para detalhar a pauta da manifestação que promove no Rio de Janeiro, Nikolas, entre outros aliados do ex-presidente, reclamaram da falta de pressão pelo impeachment de Lula.
“Graças ao movimento de impeachment da Dilma, o Bolsonaro ganhou ainda mais força. Não dá pra cravar o futuro assim. Não to entendendo o porque (sic) não deixar as pessoas manifestarem sua indignação nas ruas… o poder pelo jeito não emana do povo”, reclamou Nikolas na semana passada.
O deputado federal Ricardo Salles (NOVO) afirmou que “não tem essa palhaçada de Fora Lula 2026 coisa nenhuma”.
“Se não der, seja por causa do apertado calendário eleitoral ou qualquer outra razão inerente à política, paciência, daí a gente tira pelo voto em 2026, beleza. Mas o Brasil não aguenta mais essa turma aí não. Chega, já deu”, escreveu no X.
Cálculos
A pauta da manifestação de Bolsonaro, detalhada em vídeo, é a seguinte: "Liberdade de expressão, segurança, custo de vida e ‘Fora Lula 2026’ e a ‘Anistia já’”.
O ex-presidente não detalhou por que o pedido de impeachment de Lula deve ficar de fora. Seria para evitar que uma manifestação acanhada acabasse por fortalecer o petista de alguma forma?
É um cálculo que leva em conta o fato de que Lula só tende a se desgastar em 2026? A percepção de que o Congresso Nacional não vai abrir um processo de impedimento de forma alguma?
O receio de que, caso assuma o cargo, Geraldo Alckmin (PSB) consiga se tornar viável para disputar a presidência em 2026? Ou é simplesmente o senso de sobrevivência política de Bolsonaro, que ainda tenta se tornar elegível, falando mais alto?
Seja lá o que for, o ex-presidente vai conseguindo impor sua vontade mais uma vez entre os aliados, não sem colher mais desgastes políticos.
Assine Crusoé e leia mais: E agora, Bolsonaro?
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)