Bolsonaro na ONU: reajuste da hidroxicloroquina, ataques à imprensa e 'cristofobia'
O presidente Jair Bolsonaro (foto) discursou nesta terça, 22, no plenário da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Em um discurso gravado de menos de 15 minutos, que precisou reiniciar após uma falha técnica, o presidente defendeu a atuação do governo federal durante a crise do coronavírus e das queimadas na Amazônia e no...
O presidente Jair Bolsonaro (foto) discursou nesta terça, 22, no plenário da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Em um discurso gravado de menos de 15 minutos, que precisou reiniciar após uma falha técnica, o presidente defendeu a atuação do governo federal durante a crise do coronavírus e das queimadas na Amazônia e no Pantanal. Abaixo, os principais temas abordados no discurso:
Coronavírus
Ao abordar a doença, Bolsonaro começou lamentando as mortes que ocorreram no país. "Em primeiro lugar, quero lamentar cada morte ocorrida. Desde o princípio, alertei em meu país que tínhamos dois problemas pra resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade".
O presidente também tentou transferir a responsabilidade do combate à pandemia aos estados. "Por uma decisão judicial todas as medidas de isolamento e restrições de liberdade foram relegadas a cada um dos governadores das 27 unidades da federação. Ao presidente coube o envio de recursos e meios a todo o país."
Bolsonaro disse que seu governo implementou diversas medidas econômicas que evitaram um "mal maior". Citou o auxílio emergencial, o socorro a pequenas e micro empresas, a ajuda a famílias indígenas e a verba para a vacina da Universidade de Oxford. "Não faltaram nos hospitais os meios para atender aos pacientes de Covid."
Imprensa
Em seu discurso, Bolsonaro voltou a atacar a imprensa brasileira, a quem acusou de gerar pânico na população. "Parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população. Sob o lema 'fique em casa' e a 'economia a gente vê depois', quase trouxeram o caos ao país", disse o presidente.
Protecionismo e liberalismo
Em um intervalo de 15 minutos, Bolsonaro defendeu valores contraditórios. Foi protecionista e, depois, liberal. "A pandemia deixa a grande lição de que não podemos depender apenas de umas poucas nações para a produção de insumos e meios essenciais para a nossa sobrevivência. Somente o insumo de produção de hidroxicloroquina sofreu um reajuste de 500% no início da pandemia", disse o presidente para, logo em seguida, afirmar que em seu governo, "o Brasil finalmente abandona uma tradição protecionista e passa a ter, na abertura comercial, ferramenta indispensável de crescimento e transformação."
Meio ambiente e agronegócio
O presidente defendeu o agronegócio e a exportação de alimentos, o que, segundo ele, faz do Brasil alvo de críticas. "Somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil", disse Bolsonaro.
Explicação para as queimadas
O presidente tentou naturalizar os incêndios e insinuou que parte da culpa seria de índios e caboclos. "Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. Os incêndios acontecem praticamente nos mesmos lugares, no entorno leste da floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas", disse o presidente. Mais adiante, Bolsonaro comparou os incêndios no Brasil com os da Califórnia. "O nosso Pantanal, com área maior que muitos países europeus, assim como a Califórnia, sofre dos mesmos problemas. As grandes queimadas são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição."
Religião
Numa clara tentativa de agradar setores de seu eleitorado, Bolsonaro alertou para a perseguição aos cristãos no mundo, o que chamou de "cristofobia". "Faço um apelo a toda a comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia", disse o presidente. "O Brasil é um país cristão e conservador, e tem na família sua base."
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Comentários (10)
flo
2020-09-23 08:10:50Mais temos que reconhecer que destronou Lula e o PT
flo
2020-09-23 08:07:45eu votei nele mais não votaria pois tudo que prometeu na Campanha está fazendo o contrario
FRANCISVALDO
2020-09-22 23:17:54Lamentável este presidente
Vera
2020-09-22 21:02:28Presidente destemido e patriota ! Parabéns !
Silvana
2020-09-22 19:05:24Bolsonaro demonstra ser um preguiçoso, ao que parece não estuda e não lê nada. Fugimos de Lula e caímos como patos em uma cilada: a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro foi uma FARSA. Fomos vítimas do maior Estelionato Eleitoral da história republicana. O governo Bolsonaro nos envergonha. Um governo construído com MENTIRAS, DESINFORMAÇÃO, Autoritarismo, Truculência, Violência, Ataques à Democracia, Desprezo pela Vida, Destruição do Pantanal, Submissão aos EUA. Fora Bolsonaro. Impeachment Já.
MARIA
2020-09-22 16:54:36Finalmente... descobriram os culpados que estão incendiando tudo que é verde por aqui: caboclos, índios e... os animais, ahh estes os maiores vilões.
AIRTON
2020-09-22 16:30:12Bolsonóquio continua com suas mentiras. Mentiu sobre o combate ao Corona, sobre as queimadas, sobre o auxílio emergencial (1.000 dólares!!!), mentiu sobre o óleo no mar que a própria Marinha não apontou responsáveis em seu relatório. E tem gente que não consegue tirar os tampões dos ouvidos e a venda dos olhos. Acordem. Já era. Fomos novamente enganados por esse estelionatário eleitoral.
Beto
2020-09-22 15:14:02"Cristofobia" é um termo muito usado, talvez inventado, por Silas Malafaia. Será ele o autor?
LUIZ
2020-09-22 15:09:46Parabéns!, presidente Bolsonaro! Faço minhas as suas palavras!! O seu governo me representa. Lamento o ódio dos oposicionistas gerido nos gabinetes socialistas universitários!!! Sem querer ofender, pouco a pouco, vamos desconstruindo décadas de políticas públicas equivocadas.
Silvana
2020-09-22 14:56:59Jair Bolsonaro nos Envergonha. Que mico. Que vergonha. Dizer que os índios e caboclos são responsáveis pelas queimadas é uma MENTIRA DESLAVADA. O que Bolsonaro sabe fazer é MENTIR, MENTIR, MENTIR. Vergonha! Fora Bolsonaro! Fora TRAÍDOR do Brasil. #ImpeachmentJá