Agência Câmara

Bancada do PSDB critica indicação de tucano para liderança na Câmara, mas se divide sobre expulsão

05.08.20 20:20

A maior parte da bancada do PSDB na Câmara adotou postura crítica à indicação pelo Centrão do tucano Celso Sabino (foto) para o cargo de líder da maioria na casa. Os parlamentares, contudo, dividem-se sobre o processo de expulsão dele dos quadros do partido, anunciado pelo presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, nesta quarta-feira, 5.

A indicação aparece como resultado de uma movimentação do líder do Progressistas na Câmara, Arthur Lira, para destituir seu correligionário, Aguinaldo Ribeiro, da liderança da maioria. O pano de fundo é a disputa pelo comando da casa. Aguinaldo é aliado de Rodrigo Maia e tem o nome cotado para a sua sucessão.

Crusoé conversou com oito deputados do tucanato, que, em unanimidade, reprovaram a designação de Celso Sabino para o posto por entenderem que a nomeação vincularia todo o partido ao Centrão e a Jair Bolsonaro, em discordância com a posição oficial da legenda, que é de independência ao Planalto. Além disso, os parlamentares criticaram o fato de a bancada e o presidente do PSDB não terem sido consultados sobre a indicação.

A discordância começa no debate sobre a punição de Sabino. “Quando ele assume a liderança da maioria, faz parecer que o PSDB estaria comungando com ideias do Centrão ou coisa parecida. E esse não é o sentimento. Para mim, a abertura do processo de expulsão é proporcional e deve prosperar”, disse um deputado, que pediu reserva.

Outra parte do tucanato na Câmara, contudo, acredita que a medida anunciada por Bruno Araújo é “desproporcional ao tamanho do problema”. “O presidente buscou demostrar sua autoridade, porque tudo foi feito à revelia dele, e acabou reagindo com certo destempero e irritação. Não acredito que isso, de fato, seja levado adiante”, afirmou outro parlamentar.

Os deputados que discordam da expulsão e tentam colocar panos quentes na situação acreditam no recuo de Sabino. No entendimento deles, o parlamentar, que apresentou ao PSDB a pré-candidatura à Prefeitura de Belém, vai acabar priorizando a viabilização de sua participação nas eleições municipais, pois não seria possível manejar os dois projetos. O gesto, na avaliação desses congressistas, daria fim à briga.

Motivo de discórdia, a troca na liderança da maioria da Câmara ainda não foi efetivada, apesar do envio do requerimento. Crusoé não conseguiu contato com Celso Sabino.

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