As quatro camadas de ocultação de propinas a Serra na Suíça
A força-tarefa da Operação Lava Jato detalha um complexo esquema de quatro camadas de lavagem de dinheiro que une as supostas propinas da Odebrecht ao nome do senador José Serra, do PSDB, e sua filha, Verônica. Embora a acusação seja restrita à cifra de 936 mil euros, a Justiça Federal em São Paulo também autorizou...
A força-tarefa da Operação Lava Jato detalha um complexo esquema de quatro camadas de lavagem de dinheiro que une as supostas propinas da Odebrecht ao nome do senador José Serra, do PSDB, e sua filha, Verônica. Embora a acusação seja restrita à cifra de 936 mil euros, a Justiça Federal em São Paulo também autorizou o bloqueio de até 40 milhões de reais em uma conta na Suíça, em investigação que motivou buscas e apreensões em endereços do parlamentar, e ainda permanece em sigilo.
Serra morou ao lado da residência do ex-presidente da Odebrecht Pedro Novis, em São Paulo, o que justificaria o apelido "vizinho" atribuído ao tucano no sistema do departamento de propinas da empreiteira. De acordo com a força-tarefa, em troca de supostas propinas de 27,8 milhões de reais pagas entre 2006 e 2010, o tucano, que já foi governador de São Paulo, teria agido para liberar 191 milhões em créditos para obras do Rodoanel.
O próprio executivo relata, em delação, que Serra lhe entregou papéis da offshore Circle Technical, na Suíça, em nome de seu amigo e lobista José Amaro Ramos. Em depoimento, Amaro alega que o dinheiro seria oriundo de serviços que teria prestado à empreiteira fora do país.
De acordo com a denúncia, o dinheiro transitou da Odebrecht para a offshore de José Amaro Ramos, e, em seguida, para a offshore Dortmund, sediada no Panamá, em nome de laranjas, e titular de contas no banco Arner, na Suíça. Documentos robustos apontam para Verônica Serra como a verdadeira controladora da Dortmund. Entre eles, uma procuração em nome da filha de Serra com seus dados pessoais, como residência, data de nascimento, e até mesmo seu passaporte italiano.
Com o fim de ocultar o dinheiro, a Dortmund ainda fez transferências para a Ficcus Capital, sediada no Uruguai, que tinha como sócio Francisco Ravecca. Ele também aparece como beneficiário das contas da offshore ligada a Veronica. Em 2014, o dinheiro ainda foi dissipado para outra offshore, também titular de contas na Suíça, cujo proprietário, ou procurador, é desconhecido. Segundo os investigadores, a liquidação foi de 1,4 milhão de francos suíços.
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