Aprovação interna de Trump não cresce com paz em Israel
Pesquisa mostra Trump subindo de 37% para 47% de aprovação no conflito Israel-Hamas, mas estagnado em 40% no cenário interno

A mais recente pesquisa AP-NORC revela que a aprovação do presidente Donald Trump em relação ao conflito Israel-Hamas subiu de 37% em setembro para 47% em outubro, depois dele mediar um acordo de cessar-fogo em Gaza, só que esse ganho não se refletiu no seu índice geral de popularidade, que permanece em torno de 40%.
A relação aparentemente descolada entre esse sucesso diplomático e as frustrações domésticas ilustra o caráter fragmentado da opinião pública americana, dando a entender que ganhos em política externa não compensam percepções negativas no plano interno, num cenário parecido com o que George Bush (pai) enfrentou, ainda que em outro contexto, entre 1989 e 1993.
O crescimento da aprovação no contexto do conflito em Gaza está impulsionada sobretudo por uma parcela de eleitores democratas que passaram a avaliar mais favoravelmente sua atuação nesse tema específico.
Por outro lado, temas como economia, saúde e imigração continuam a pesar contra Trump. Segundo essa mesma pesquisa, apenas cerca de 40% dos adultos aprovam sua gestão econômica e menos da metade acham que ele lida bem com a política migratória. A saúde pública é sua área pior avaliada.
Enquanto isso, ainda segundo essa pesquisa, aproximadamente sete em cada dez adultos acreditam que o país está caminhando para a direção errada, um dado que persiste mesmo depois dessa aparente vitória na política externa.
Pesquisas complementares reforçam essa dicotomia. Um levantamento da Reuters/Ipsos apontou que o índice de aprovação de Trump se mantém em 40%, o menor de seu segundo mandato, especialmente entre eleitores latinos, dos quais apenas 32% hoje aprovam seu desempenho.
Já a pesquisa da AP-NORC de março mostrava 42% de aprovação geral e 40% de desaprovação, margem estreita para um presidente em exercício.
Por outro lado, uma análise segmentada mostra que o público mais jovem julga com mais rigor a sua resposta ao conflito no Oriente Médio: Dentre pessoas na faixa de 18 a 29 anos, só 16% aprovam a conduta de Trump no caso do conflito entre Israel e Hamas, contra 44% que desaprovam.
Além disso, o apoio dos eleitores à ação militar de Israel está em queda, com metade dos adultos americanos acreditando que a resposta israelense excedeu o necessário, número que subiu em relação a meses anteriores.
Esse dado reforça que, embora o cessar-fogo tenha impulsionado uma resposta positiva pontual, o desgaste acumulado na condução das políticas interna e externa continua pesando para a avaliação geral de Donald Trump.
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